Iron Maiden: “Powerslave”
Lançado em 3 de setembro de 1984
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Juntamente de “The Number Of The Beast” e “Piece Of Mind”, “Powerslave” constitui a trinca dos álbuns de ouro do Iron Maiden. Em 1984, a New Wave Of British Heavy Metal (NWOBHM) passava por uma baixa – como qualquer movimento -, mas alguns grupos, como o Maiden, se consolidavam.
A turnê de “Piece Of Mind” foi decisiva para consolidar não apenas o nome Iron Maiden, com uma excursão rentável em grandes arenas com 139 shows em sete meses – muitos nos Estados Unidos -, mas também a nova formação, com Nicko McBrain na bateria. O novo disco, então, tinha duas opções. Ou seria definitivo, ou afundaria de vez uma tendência.
Felizmente para o Iron Maiden, “Powerslave” superou todos os trabalhos passados. A inspiração transborda em todos os quesitos: riffs, solos, melodias, linhas de baixo, bateria, vocalizações e principalmente as letras, que contam com uma temática mais épica e abordagem de guerras, batalhas, histórias de faraós e por aí vai. É como se a fórmula de “Piece Of Mind” tivesse evoluído e ganhado aspectos de enormidade.
A abertura com a pedrada “Aces High”, clássico indiscutível da carreira do Maiden, tem como destaque as guitarras poderosas e uma das melhores performances da carreira do vocalista Bruce Dickinson. “2 Minutes To Midnight” tem uma gama de riffs incrível, além de um refrão sensacional e muito dinamismo, especialmente na parte em que o ritmo cai um pouco, no miolo da canção. Ambas as faixas iniciais de “Powerslave” foram lançadas como singles de divulgação.
A instrumental “Losfer Words (Big ’Orra)” dá sequência com um clima egípcio típico. A seguir, uma trinca de tirar o fôlego. A precisão cirúrgica da dupla Adrian Smith e Dave Murray é notável na faixa “Flash Of The Blade”. Só dá Bruce Dickinson nos refrães. A pesada “The Duellists” tem a bateria de Nicko McBrain como destaque. Na sequência, a boa música “Back In The Village” tem ligação direta com “The Prisoner”, do álbum “The Number Of The Beast”.
O tempo de duração das canções aumenta no fim. A faixa título é um clássico incontestável de sete minutos composto por Bruce Dickinson. Os vocais levemente sombrios do cantor dão o ar de interpretação ideal à letra, que fala sobre um faraó que passa a se sentir um deus após a morte de seu pai mas ao mesmo tempo é refém do próprio poder. A construção melódica e a performance instrumental são geniais.
A épica “The Rime Of The Ancient Marineer”, incontestavelmente uma das prediletas dos fãs – mesmo com seus mais de 13 minutos de duração -, cativa qualquer fã de heavy metal. A canção conta com inúmeras variações rítmicas, instrumental rebuscado, composição lírica invejável e mais um show do inspirado Bruce Dickinson. Um petardo.
Não é apenas pelo sucesso que “Powerslave” conquistou, com um segundo lugar nas paradas britânicas e uma turnê ainda maior que a anterior (187 shows em 10 meses). O Iron Maiden evoluiu e ficou rebuscado nesse disco. O flerte ideal com o progressivo ainda é procurado pela banda nos dias de hoje, com os recentes – e enfadonhos – lançamentos. Um dos trabalhos mais influentes do heavy metal, sem sombra de dúvidas.
Bruce Dickinson (vocal)
Dave Murray (guitarra)
Adrian Smith (guitarra)
Steve Harris (baixo)
Nicko McBrain (bateria)
01. Aces High
02. 2 Minutes To Midnight
03. Losfer Words (Big ’Orra)
04. Flash Of The Blade
05. The Duellists
06. Back In The Village
07. Powerslave
08. Rime Of The Ancient Mariner