Richie Kotzen: “Cannibals” (2015)
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Há alguns anos a carreira solo de Richie Kotzen tem se distanciado do hard rock que o consagrou. Kotzen nunca foi de se prender a apenas uma influência em seus trabalhos, mas o flerte com a música negra se tornou mais forte especialmente em seu último álbum, “24 Hours” (2011).
Em “Cannibals”, décimo-nono trabalho de estúdio de Richie Kotzen, a sonoridade enveredou para um som ainda mais puxado para o groove. A leveza e o balanço desse trabalho o colocam entre os meus preferidos da extensa carreira solo do músico. Em relação ao antecessor, a produção soa bem melhor, além do material composto ter faixas que facilmente grudam na cabeça.
O funk rock que abre o disco é uma delícia. O groove comanda em faixas como “Shake It Off” e “I’m All In”, onde os riffs se destacam, mas as linhas de baixo realmente dão o pulso. “Come On Free” é quase pop, assim como as baladas de encerramento “You” e “Time For The Payment”. O R&B e o soul aparecem em momentos como “The Enemy”, “Up (You Turn Me)” e na grudenta “In An Instant”. A salada é boa.
O resultado fica ainda mais poderoso com as participações especiais. Dug Pinnick (King’s X) manda bem em um dueto em “I’m All In”, Billy Sheehan capricou no baixo de “Stand Tall” e todas as participações de vozes femininas acrescentaram muito à proposta soul apresentada.
Richie Kotzen sabe como fazer um disco fora de série. A sua discografia tem grandes momentos e “Cannibals” é, com certeza, um desses. Só não atinge nota 10 porque o baixo e especialmente a bateria poderiam ser tocadas por outros músicos, especialistas em determinados instrumentos – Richie toca tudo. Ainda assim, esse álbum é fantástico.
Nota 9
Richie Kotzen (vocais e todos os instrumentos)
01. Cannibals
02. In An Instant
03. The Enemy
04. Shake It Off
05. Come On Free
06. I’m All In
07. Stand Tall
08. Up (You Turn Me)
09. You
10. Time For The Payment