As críticas inversas ao ideal sobre o novo disco ao vivo do Van Halen

“Tokyo Dome Live In Concert”, lançado no fim de março deste ano, é o primeiro disco ao vivo do Van Halen com David Lee Roth. Dá para ter noção disso? Releia a frase.
Uma das maiores bandas de hard rock do planeta divulgou, enfim, um registro ao vivo com seu cantor original e seus grandes clássicos. “Live: Right Here, Right Now” é com Sammy Hagar, foi registrado há mais de 20 anos e, sem dúvidas, não tem o mesmo charme do atual lançamento – apesar de, tecnicamente, ser melhor.
Mesmo assim, dois meses após o lançamento, ainda vejo críticas em relação ao material apresentado. Comentários muitas vezes inversos ao ideal, pois muitas pessoas alegam que David Lee Roth deveria ter feito overdubs nos vocais. Qual é o sentido nisso? Seria esse um apelo da geração Pro Tools, ou apenas um pedido de quem foi a poucos shows e não está acostumado com a imperfeição humana?
Talvez seja um desejo de quem desconheça um pouco da história do Van Halen. Quem conhece, sabe que, nos anos iniciais, David Lee Roth não era nem mesmo o melhor vocalista da banda – certo, Michael Anthony?
Dois dos meus álbuns ao vivo favoritos foram praticamente refeitos em estúdio: “Alive!” (KISS) e “Live And Dangerous” (Thin Lizzy). Por capricho dos envolvidos, diga-se de passagem, pois as bandas eram boas em suas apresentações. Ainda assim, muitas vezes, deixo registros oficiais de lado e opto por conferir alguma bootleg com gravação de boa qualidade das bandas que gosto, justamente pela falta de verdade no que é apresentado ali.
Digo sem medo que prefiro um registro ao vivo como “Tokyo Dome In Concert”, que ao menos traz um pingo de espontaneidade – e está longe de ser o fiasco que muitos tentam pregar -, do que os lives recentes do Whitesnake, por exemplo, que soam plastificados para disfarçar as falhas de David Coverdale. Em um cenário repleto de caricaturas, o Van Halen ainda traz sinceridade no que apresenta.
Arrisco-me a dizer que, no sentido musical, eles soam melhores nos palcos atualmente do que nos tempos áureos, com apresentações emboladas. Alguns vídeos abaixo comprovam que o primor técnico nunca foi o forte do Van Halen ao vivo – e, ainda assim, consegue ser sensacional:
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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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