Entrevista: André Abujamra celebra 50° aniversário com novo disco

André Abujamra é cantor, multi-instrumentista e ator. Em seu novo trabalho, “O homem bruxa” (Omin, R$ 25), ele mistura tudo isso de uma forma solitária. No quarto disco de sua carreira, Abujamra celebra seu 50° aniversário, toca todos os instrumentos e rebusca, ainda mais, o experimentalismo que marcou seus trabalhos musicais anteriores.
Em entrevista exclusiva, André Abujamra afirmou que assume até mesmo instrumentos “que não sabe tocar” em “O homem bruxa” e não enxerga seu trabalho como experimental. “O lance de eu tocar tudo no estúdio pode passar isso de experimental, mas eu, na verdade, não vejo assim – e nem quero ver. Faço minha arte e depois procuro o que fiz”, diz Abujamra.
Pode não ser experimental, mas André Abujamra foge do convencional. Mesmo proporcionando um momento auditivo, “O homem bruxa” consegue unir teatralidade com música. Cada faixa passa a impressão de ser uma narrativa, como se pudesse ser encaixada na trilha sonora de algum filme. Em termos de gênero musical, a mistura dá a tônica: elementos operísticos se unem a pitadas de rock, pop e até salsa, sons árabes e arranjos eletrônicos em alguns momentos.
Se o álbum oferece sensações múltiplas, os shows prometem ainda mais. A atual turnê de Abujamra, que pode ter uma temporada em algum teatro de São Paulo (SP) em breve, propõe, ao mesmo tempo, simplicidade ao tê-lo em todos os instrumentos e complexidade ao criar ambientações sonora e visual. “Esse espetáculo para mim não é um show convencional. Tem teatro, dança, filme, entre outros. As pessoas realmente não sabem como reagir, e eu até levito – de verdade”, afirma Abujamra.
Em família
O disco “O homem bruxa”, de André Abujamra, tem um contorno familiar em duas músicas. Antonio Abujamra, pai de André e falecido em abril deste ano, participa na faixa “Espelho do tempo”, interpretando a voz do mestre bruxo. “Ser filho do Abuzão já é ser filósofo por osmose, mesmo sem ser. A liberdade que ele me deu para ser artista foi o grande presente dele para mim”, afirma Abujamra.
Em “Mãe Cazu”, André Abujamra divide a autoria da composição com sua esposa, a também artista Andréa dos Santos. A faixa homenageia a mãe de Abujamra, Cibelia Cibelli, falecida há dois anos. “Foi uma composição que nasceu linda e isso também é um presente”, disse o cantor.
De Jerry Lewis a Frank Zappa
André Abujamra menciona artistas dos segmentos distintos, mas, muitas vezes, que se cruzam, como influências principais – de Jerry Lewis, que é cantor, mas se destacou como comediante e roteirista, a Frank Zappa, ícone do jazz fusion. Para Abujamra, a aproximação do cênico/teatral com o musical funciona naturalmente. “Nasci no teatro e tudo que faço com música tem o show, a luz, a cena junto, vide (os projetos anteriores) ‘Os Mulheres Negras’ e ‘Karnak’. Para mim, tem que ter Tadeusz Kantor, Denise Stoklos e muito mais no show”, diz Abujamra, em menção a outros dois dramaturgos.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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