A recente entrevista de Richard Fortus para o site Legendary Rock Interviews me incomodou bastante. E não foi culpa do guitarrista do Guns N’ Roses.
Durante a entrevista, Fortus revelou que Richie Kotzen fez um teste para entrar para o Guns N’ Roses. O músico pareceu ter se arrependido de contar para o entrevistado, mas admitiu ser verdade. O jeito esquisitão de Kotzen e a ligação passada com o Poison não colaboraram e ele não foi aceito.
Fico incomodado só de pensar na tragédia que seria caso Richie Kotzen fosse aceito. É fato que estar no Guns N’ Roses não impede que ele continue seus projetos, mas atrapalharia em determinado momento. Sabe-se que Axl Rose é do tipo que “dá a louca” e resolve fazer uma turnê de um dia para o outro – essa é, inclusive, a principal causa da saída de Bumblefoot –, o que, por exemplo, colocaria para escanteio um novo álbum do The Winery Dogs ou mais um lançamento solo.
Fora que seria um enorme desperdício pensar em Richie Kotzen no Guns N’ Roses. O guitarrista é um dos poucos músicos das antigas que ainda tem feito trabalhos relevantes. Frequentemente, sai da zona de conforto e explora novas sonoridades em seus trabalhos solo. No The Winery Dogs, acertou a mão e fez, até o momento, um dos melhores discos da década ao lado de Billy Sheehan e Mike Portnoy. No GN’R, pouco colaboraria. Até porque, no ritmo que é conhecido por todos, um disco de inéditas só deve ser lançado daqui 30 anos.
Apesar da grande repercussão oferecida pelo Guns N’ Roses, a banda queima talentos. Foi o caso do recém-saído DJ Ashba, que é um bom guitarrista e gravou discos interessantes em outras bandas, mas que ficou marcado por ter que se render ao estilo, tanto musical quanto visual, de Slash.
Richie Kotzen já é um músico conhecido e conquistou um novo público com o The Winery Dogs, em função da parceria com Mike Portnoy, que tem uma base de fãs diferente. Não há necessidade de se render aos caprichos do genioso Axl Rose. Não seria efetivo para divulgar o nome de Kotzen, já que os fãs do Guns N’ Roses têm uma ligação maior com o passado do que com o presente.