É assustador que uma banda de relevância no metal, como o Anthrax, tenha começado a compor “For All Kings” em 2012. Foram praticamente dois anos dedicados somente à criação, pois só entraram em estúdio para gravar em dezembro de 2014.
Digo isso porque, com tanto tempo de trabalho, a expectativa era de um trabalho tão bom quanto ou até melhor do que o antecessor “Worship Music”, feito em uma situação conturbada e pensado para uma voz que não era a de Joey Belladonna.
A sensação que “For All Kings” passa é a mesma que grande parte dos discos de metal que ouço recentemente tem transmitido: não é bom, nem ruim. A banda está, notoriamente, com uma pegada mais progressiva, trabalhando melhor na estrutura de suas músicas.
O problema é que não pega. Não gruda. Não tem uma música realmente memorável. Nem mesmo o primeiro single, “Evil Twin”, foi bem escolhido. Talvez porque, quando se opta por trabalhar com uma influência mais progresisva, abre-se mão da estrutura mais básica de uma música popular: o refrão. Algo que era, justamente, o ponto forte do Anthrax.
A construção instrumental diferenciada de “All Of Them Thieves”, o peso sedutor de “Monster At The End” ou a ótima melodia de “Breathing Lightning” atraem. Mas não estão em primeiro plano. Riffs repetitivos e sequências previsíveis marcam o álbum.
Disse e reforço: o resultado final não é ruim, só não é bom. Decepciona um pouco, porque os músicos estão em plena forma – especialmente o baterista Charlie Benante e o recém-chegado Jon Donnais na guitarra.
Nota 6
Joey Belladonna (vocal)
Scott Ian (guitarra)
Jon Donnais (guitarra)
Frank Bello (baixo)
Charlie Benante (bateria)
01. You Gotta Believe
02. Monster At The End
03. For All Kings
04. Breathing Lightning
05. Suzerain
06. Evil Twin
07. Blood Eagle Wings
08. Defend Avenge
09. All Of Them Thieves
10. This Battle Chose Us
11. Zero Tolerance