É possível fazer heavy metal acessível sem apelação? No passado, muitas bandas conseguiram. Hoje em dia, a maior parte falha nessa missão.
Os americanos do Holy Grail conseguem aliar os elementos tradicionais do heavy metal a uma pitada de arena rock sem perder a identidade. Ainda há algo do power metal na sonoridade do grupo, formado por ex-integrantes do White Wizzard. Prato cheio para quem gosta de metal sem tantas interferências de subgêneros.
Em “Times of Pride and Peril”, a fórmula musical do Holy Grail ganhou contornos ainda mais profissionais. As composições estão inspiradas, os refrães receberam uma atenção extra e as faixas do álbum têm unidade. A banda passou a se preocupar com o conjunto de músicas dentro do produto e, como resultado, obteve um disco consistente.
O instrumental apresentado em “Times of Pride and Peril” é excelente. As guitarras de Eli Santana e Alex Lee são bem trabalhadas e a cozinha de Blake Mount e Tyler Meahl é técnica. A bateria aparece até demais, o que pode ser um problema para quem gosta de passagens mais secas. Quando ocorrem os “excessos técnicos” por parte dos instrumentos, não é nada fora do padrão – ou seja, é tolerável.
James-Paul Luna, porém, merece uma menção a parte. O renegado vocalista do White Wizzard soa cada vez melhor. A voz aguda com timbre rasgado é o destaque de “Times of Pride and Peril”.
Para mim, entre as melhores faixas, estão a tipicamente metálica “Crystal King”, a pesada porém grudenta “Sudden Death” e “No More Heroes”, um single natural. Vale o play.
Nota 8
James Paul Luna (vocal)
Alex Lee (guitarra)
Eli Santana (guitarra)
Blake Mount (baixo)
Tyler Meahl (bateria)
01. Crystal King
02. Waste Them All Away
03. Sudden Death
04. Those Who Will Remain
05. Descent into the Maelstrom
06. Apotheosis
07. Psychomachia
08. No More Heroes
10. Black Lotus