Músicos nem sempre são os únicos responsáveis pelos produtos finais que oferecem ao público, como, por exemplo, um disco. Existem produtores que imprimem a sua marca de diversas formas possíveis.
Há diversos estilos de se produzir um disco. Existem os profissionais mais “relaxados”, que deixam uma banda trabalhar sem muitas privações ou interferências externas e aqueles que gostam de acompanhar as gravações de perto e influenciar até mesmo no processo criativo.
Bob Ezrin se encaixa na segunda situação. Ele não é simplesmente um produtor: é músico multi-instrumentista, pragmático e sempre entra de cabeça em qualquer projeto que se envolve.
Veja, abaixo, cinco discos importantes para conhecer o trabalho de Bob Ezrin:
O primeiro trabalho de reconhecimento de Bob Ezrin foi com a tia Alice: “Love It To Death”, de 1971. Quatro anos depois, a banda havia se desmanchado e, de agora em diante, o nome Alice Cooper correspondia ao próprio cantor e sua carreira solo.
Um segundo elemento era necessário para fazer aflorar a genialidade do personagem de Vincent Furnier. Bob foi o responsável, já começando pela sugestão de contratar a banda de apoio de Lou Reed (com o maravilhoso guitarrista Dick Wagner, diga-se de passagem).
“Welcome To My Nightmare” é exuberante. Todos os seus 2610 segundo de duração parecem ter sido pensados e propositalmente colocados, nada por acaso, desde suas orquestrações (cortesia do produtor) até as composições de letra e melodia.
O trabalho não só foi um dos maiores sucessos de Alice Cooper, como anunciou Ezrin para o mundo, servindo como referência para seu estilo de trabalho minucioso, versátil e altamente influente de acordo com a proposta.
Alice Cooper – vocal
Dick Wagner – guitarra, violão, backing vocals
Steve Hunter – guitarra, violão
Gerry Yons – guitarra adicional
Prakash John – baixo
Tony Levin – baixo
Pentti “Whitey” Glan – bateria
Johnny “Bee” Badanjek – bateria
Bob Ezrin – sintetizadores, teclados, Fender Rhodes, backing vocals
Vincent Price – sintetizadores, backing vocals
Josef Chirowski – sintetizadores, teclados, clavinete, Fender Rhodes, backing vocals
David Ezrin – backing vocals
Gary Lyons – backing vocals
01. Welcome To My Nightmare
02. Devil’s Food
03. The Black Widow
04. Some Folks
05. Only Women Bleed
06. Department Of Youth
07. Cold Ethyl
08. Years Ago
09. Steven
10. The Awakening
11. Escape
“Destroyer” foi o maior desafio da carreira de seus envolvidos. Tanto para o KISS quanto para Bob Ezrin.
O desafio principal era fazer com que a banda desse um grande passo adiante. Não era permitido fugir muito da sonoridade dos trabalhos anteriores, mas era necessário dar algum toque de refinamento.
Bob Ezrin pegou quatro garotos praticamente iniciantes – com três anos de banda – e os transformou em verdadeiros músicos. Houve controvérsia, visto que o baterista Peter Criss não gostou muito da forma de trabalho de Ezrin, enquanto o guitarrista Ace Frehley chegou a ser substituído em duas músicas.
Outras atitudes drásticas para o conceito Kiss foram tomadas: desde orquestrações em algumas composições até aulas de teoria musical para os mascarados regidas pelo professor Ezrin.
Dessa união saiu um clássico do rock n’ roll, que traz tanto seriedade quanto diversão na medida certa. Aqui, o Kiss foi elevado a um novo patamar. Há quem diga que este seja o único “álbum” de verdade da banda, em sua plenitude, do início ao fim. Discordo, mas entendo.
Paul Stanley – guitarra, backing vocals, vocal em 1, 2, 5, 7 e 9
Gene Simmons – baixo, backing vocals, vocal em 3, 4, 6 e 7
Ace Frehley – guitarra, violão, backing vocals
Peter Criss – bateria, vocal em 8, backing vocals
Músicos adicionais:
Dick Wagner – guitarra solo em 5 e 6
Brooklyn Boys Chorus – vocal em 4
David e Josh Ezrin – vozes infantis em 3
01. Detroit Rock City
02. King Of The Night Time World
03. God of Thunder
04. Great Expectations
05. Flaming Youth
06. Sweet Pain
07. Shout It Out Loud
08. Beth
09. Do You Love Me?
Em qualquer dicionário, a definição de música gira em torno de “uma forma de arte”. Tal definição foi perdida com o tempo, desde que Elvis Presley gerou muitas cifras na década de 1950.
Uma das bandas que melhor conseguiram recuperar a real definição de música (ligada à arte), sem abandonar o comércio, foi o Pink Floyd. E um de seus trabalhos supremos contou com um dedo de Bob Ezrin na produção: “The Wall”, gravado e lançado em 1979, segue um sucesso.
“The Wall” é minucioso e ousado. Milimetricamente perfeito. Representa o auge da criatividade do controverso Roger Waters e o melhor momento dos integrantes como conjunto e como integrante, solitário.
Bob Ezrin é creditado por ter sido a força que controlou o Pink Floyd no momento. Era necessário alguém com conhecimento técnico musical e, acima de tudo, jogo de cintura para administrar tamanhos egos.
Apesar do relacionamento conturbado com os integrantes (principalmente com o tecladista Richard Wright), Bob Ezrin teve, aqui, presença decisiva para absorver o que poderia sair de melhor para construir um dos best-sellers e um dos discos mais artísticos do rock.
Roger Waters – vocal, baixo, guitarra e violão adicional, sintetizadores
David Gilmour – vocal, guitarra, baixo adicional, seqüenciador, sintetizadores, clavinete, percussão
Richard Wright – piano, órgão, sintetizadores, clavinete
Nick Mason – bateria, percussão
Músicos adicionais:
Jeff Porcaro – bateria em Mother
Lee Ritenour – guitarra-base em One Of My Turns e violão em Comfortably Numb
Joe Porcaro – caixa em Bring The Boys Back Home
Bleu Ocean – caixa em Bring The Boys Back Home
Freddie Mandel – órgão Hammond em In The Flesh? e In The Flesh
Bobbye Hall – percussão
Ron di Blasi – violão clássico em Is There Anybody Out There?
Larry Williams – clarineta em Outside The Wall
Trevor Veitch – mandolin
Frank Marrocco – concertina
Bruce Johnston – backing vocals
Toni Tennille – backing vocals
Joe Chemay – backing vocals
Jon Joyce – backing vocals
Stan Farber – backing vocals
Jim Haas – backing vocals
Fourth Form Music Class, Islington Green School, London – backing vocals
Bob Ezrin – teclados, arranjos orquestrais
Michael Kamen – arranjos orquestrais
James Guthrie – percussão, sintetizadores em Empty Spaces, sequenciador, bateria em The Happiest Days Of Our Lives
Disco 1:
01. In The Flesh?
02. The Thin Ice
03. Another Brick In The Wall (Part 1)
04. The Happiest Days of Our Lives
05. Another Brick In The Wall (Part 2)
06. Mother
07. Goodbye Blue Sky
08. Empty Spaces
09. Young Lust
10. One Of My Turns
11. Don’t Leave Me Now
12. Another Brick In The Wall (Part 3)
13. Goodbye Cruel World
Disco 2:
01. Hey You
02. Is There Anybody Out There?
03. Nobody Home
04. Vera
05. Bring The Boys Back Home
06. Comfortably Numb
07. The Show Must Go On
08. In The Flesh
09. Run Like Hell
10. Waiting For The Worms
11. Stop
12. The Trial
13. Outside The Wall
O álbum de estreia do Bonham é um dos mais diferentes do hard rock oitentista, gênero em que se enquadrou, mesmo que erroneamente. Talvez pela presença de Bob Ezrin, não muito experiente em gêneros mais acessíveis.
Ainda assim, é um dos álbuns de hard rock mais rebuscados – e menos óbvios – dos anos 1980. A trupe de Jason Bonham, filho do lendário John Bonham, soube dosar o experimental com o comercial. Agradou aos fãs dos dois lados.
Seria equivocado esperar algo como o Led Zeppelin, aliás. A não ser pelas doses experimentais e as nuances fora do convencional.
“The Disregard Of Timekeeping” apresenta um instrumental arrojado e muito bem composto aliado aos vocais grudentos de Daniel MacMaster. Jason se destaca por suas linhas de bateria pesadas e diferenciadas. Guitarra e baixo soam muito bem também
Há, por aqui, as esperadas orquestrações de Bob Ezrin, mas moderadas. Sintetizadores e teclados marcam maior presença. O produtor ocupou-se em gerenciar a criatividade do quarteto nas composições, tanto que tem crédito autoral em três faixas.
Daniel MacMaster – vocal
Ian Hatton – guitarra
John Smithson – baixo, teclados, violino
Jason Bonham – bateria, percussão
Músicos adicionais:
Bob Ezrin – orquestração
Trevor Rabin – baixo, backing vocals
Jimmy Zavala – gaita
Bill Millay – teclados, sintetizadores
Duncan Faure – backing vocals
01. The Disregard Of Timekeeping
02. Wait For You
03. Bringing Me Down
04. Guilty
05. Holding On Forever
06. Dreams
07. Don’t Walk Away
08. Playing To Win
09. Cross Me And See
10. Just Another Day
11. Room For Us All
Muita gente não deu nada para o 30 Seconds To Mars quando o mesmo surgiu. Afinal, era um projeto do ator Jared Leto.
Mero engano de quem pensou que não passaria de um projeto paralelo. O grupo teve boas vendas em todos os seus álbuns, não só pelo nome de Jared Leto, mas também pelo bom trabalho apresentado.
Para mim, apenas o primeiro atingiu um patamar de qualidade realmente acima da média. E adivinha quem foi o produtor?
Diferente de seus sucessores, o disco de estreia, autointitulado, não descambou para o post-hardcore. As canções bebem na fonte do rock progressivo, com nuances variantes e instrumental complexo e denso, além de vocalizações menos “berradas” e sintetizadores bem colocados.
É o único trabalho dos cinco que não contém ao menos uma composição assinada por Bob Ezrin. Ainda assim, a presença e influência do cara no registro são notáveis.
Jared Leto – vocal, guitarra, baixo, sintetizadores, programação
Shannon Leto – bateria (vocal e guitarra na faixa oculta de 11)
Solon Bixler – baixo em 6, sintetizadores em 10, guitarra em 2, 4, 9, 10 e 11
Músicos adicionais:
Bob Ezrin – piano em 8
Dr. Nner Tesy – sintetizadores adicionais
Maynard James Keenan – backing vocals em 3
Danny Lohner – programação em 3
Joe Bishara – programação em 4
Jeffrey Jaeger – baixo adicional em 4, 9 e 10
Brian Virtue – sintetizadores em 6
01. Capricorn (A Brand New Name)
02. Edge of the Earth
03. Fallen
04. Oblivion
05. Buddha for Mary
06. Echelon
07. Welcome to the Universe
08. The Mission
09. End of the Beginning
10. 93 Million Miles
11. Year Zero (Hidden track: The Struggle)