15 discos de rock/metal já lançados em 2017 – e o que achei deles

O ano de 2017 começou menos intenso em termos de lançamentos de discos se comparado a 2016. Poucas bandas grandes divulgaram seus trabalhos até então.

Ainda assim, sempre há alguém fazendo um bom trabalho em alguma parte do mundo. Veja, abaixo, o que achei sobre 15 discos de rock/metal lançados no primeiro trimestre de 2017. A lista está organizada em ordem alfabética.

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Battle Beast – “Bringer Of Pain”: A imprensa especializada em metal tem criticado este disco por soar um pouco mais hard rock/heavy tradicional que os antecessores. Para mim, este é, justamente, um fator positivo: a pegada power metal deu espaço a um hard melódico, acentuado pelos ótimos vocais de Noora Louhimo. Um dos grandes lançamentos deste primeiro trimestre.

Black Star Riders – “Heavy Fire”: Fui surpreendido logo quando pensei em desistir do Black Star Riders. Os dois discos lançados anteriormente soavam como uma cópia barata do Thin Lizzy. Por pouco, dispensei “Heavy Fire”, mas ainda bem que decidi escutá-lo. Trata-se de um trabalho consistente e mais inventivo, apesar das influências de Phil Lynott seguirem pulsantes por aqui.

Blacktop Mojo – “Burn The Ships”: Uma das surpresas dessa lista. O segundo disco desta banda texana mostra que é possível fazer stoner rock/metal com vocais de qualidade – para muitas bandas, isto parece algo impossível. A pitada southern de algumas faixas é um atrativo extra. Muito bom disco.

Eclipse – “Monumentum”: Já faz algum tempo que o Eclipse tem se destacado com ótimos lançamentos. Ainda que “Monumentum” não garanta tantas surpresas, é um trabalho mais maduro. O hard rock tipicamente escandinavo praticado pela banda sueca tem ganhado cada vez mais consistência. Altamente cantarolável.

Horisont – “About Time”: Com forte influência do rock praticado na década de 1970, o Horisont consegue uma textura empoeirada até na produção de seus discos. “About Time” apresenta esta característica aliada a boas músicas. De tão vintage, chega a soar alternativo. Eu, particularmente, gostei. Apesar de não ter nada inovador por aqui, é um disco atípico para 2017.

House Of Lords – “Saint Of The Lost Souls”: Depois de fazer o mesmo disco várias vezes, James Christian e seus asseclas, enfim, apresentaram algo diferente, apeasr de ainda aquém do que já ofereceram no passado. “Saint Of The Lost Souls”, 11° disco de estúdio do House Of Lords, segue em uma veia melódica, que, por vezes, chega a flertar com o metal. O grande trunfo por aqui é a aposta em arranjos menos tradicionais. Graças a eles, por vezes, até esquecemos o quão ruim é a produção – bateria e teclados soam mais computadorizados que a voz de Sebastian Bach na atual década.

Jack Russell’s Great White – “He Saw It Comin'”: Jack Russell e Great White não combinavam mais. A separação foi a melhor opção para ambos os lados: Russell seguiu em carreira semi-solo (já que ainda usa o nome do ex-grupo), enquanto a banda seguiu com Terry Ilous. Apesar de soar sem inspiração em alguns momentos, “He Saw It Comin'” é o melhor que Jack Russell pode oferecer a esta altura do campeonato: rock de melodias canastronas, instrumentais básicos e bons refrães.

KXM – “Scatterbrain”: Precisamos de mais projetos como o KXM. O hard alternativo feito pelo trio, formado por dUg Pinnick (King’s X), George Lynch (Lynch Mob) e Ray Luzier (Korn) é simplesmente incrível. “Scatterbrain” reafirma o que o disco de estreia, lançado em 2014, havia apresentado: instrumental técnico e arrojado, melodias fora do padrão e performances individuais de cair o queixo.

Mastodon – “Emperor Of Sand”: Tem sido cada vez mais difícil classificar o Mastodon em um subgênero do metal, ou até mesmo do rock. Ainda bem que é assim: mostra que a banda está cada vez mais original. “Emperor Of Sand” é um disco muito contemporâneo que exibe diversas influências – do hard ao progressivo, do heavy tradicional ao groove e por aí vai – em um corpo homogêneo, com melodias grudentas, refrães poderosos e letras que merecem atenção.

One Desire – “One Desire”: Até o momento, a revelação do hard rock neste ano. Músicos de distintas raízes se uniram a este projeto: André Linman já é ligado ao hard rock por meio de sua outra banda, o Sturm und Drang, enquanto o baixista Jonas Kuhlberg tem conexões com o power metal e o guitarrista Jimmy Westerlund já produziu de Good Charlotte a Pitbull. Em seu disco de estreia, o grupo finlandês aposta na vertente mais melódica do hard rock. O diferencial está em Linman, um grande cantor, e nas composições – boa parte tem cara de hit.

Overkill – “The Grinding Wheel”: Uma das bandas mais consistentes do thrash metal, o Overkill lançou seu 18° disco de estúdio com o mesmo vigor dos primeiros. “The Grinding Wheel” reforça a identidade do grupo, que toca thrash metal de pegada mais direta. Graças ao repertório e à ótima produção, pode ser considerado, facilmente, um dos melhores da extensa carreira do Overkill.

Sepultura – “Machine Messiah”: O Sepultura vive um grande momento. Cada disco lançado com Derrick Green mostra um passo adiante em qualidade e inventividade. “Machine Messiah” alia um groove metal muito bem tocado a certa sofisticação, seja pelas letras, pelos vocais menos gritados ou até por momentos orquestrados. O ar levemente experimental e a própria batuta do bom produtor sueco Jens Bogren fizeram com que o quarteto soasse renovado neste disco.

Stephen Pearcy – “Smash”: Pearcy disse, em determinadas entrevistas, que Bobby Blotzer nunca compôs uma nota sequer para os discos do Ratt. No entanto, “Smash” também coloca em prova a capacidade criativa de Stephen. Comparado ao que foi feito com o Ratt, “Smash” é fraquíssimo. A péssima produção só piora: parece ter sido gravado de forma amadora. O repertório não cativa e Pearcy mostra que já não consegue cantar mais, nem com retoques de estúdio.

Tokyo Motor Fist – “Tokyo Motor Fist”: O primeiro disco do supergrupo formado por Ted Poley (Danger Danger), Steve Brown (Trixter), Greg Smith (Alice Cooper, Rainbow) e Chuck Burgi (Rainbow, Blue Öyster Cult) é bem bom. Divertido, ganchudo e repleto de refrães grudentos. Soa como uma continuação de “Revolve”, último disco do Danger Danger, mas com menos teclados. Merecia uma produção melhor, mas ficou bom do jeito que está.

Unruly Child – “Can’t Go Home”: Assim como “Smash”, de Stephen Pearcy”, o novo álbum do Unruly Child é outro disco gravado de forma muito amadora. Compromete o repertório que, se não é genial, ao menos atende à média do AOR contemporâneo. Os teclados de músico que toca em churrascaria barata e os backing vocals quase techno de tão editados tiram o charme de um álbum que poderia ter a sempre imponente voz de Marcie Free como destaque. Em faixas mais clean, como “See If She Floats”, é possível ver o potencial perdido por aqui.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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