Não é a morte de Vinnie Paul que enterra a reunião do Pantera – ela já não aconteceria

Alguns fãs mais entusiasmados do Pantera sempre acreditaram que a banda se reuniria algum dia, mesmo sem o guitarrista Dimebag Darrell, assassinado em dezembro de 2004. Com a morte de Vinnie Paul, na última sexta-feira (22), muitas pessoas comentam nas redes sociais que, agora, será impossível ver o grupo ao vivo.

No entanto, mesmo se Vinnie Paul não tivesse nos deixado, uma reunião do Pantera não aconteceria. E não é, exatamente, pela ausência de Dimebag Darrell – Zakk Wylde, amigo próximo de Dimebag e Vinnie (os irmãos Abbott), sempre foi indicado como um bom nome para ocupar a vaga do carismático guitarrista, mesmo que para um show especial ou algum evento do tipo.

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O principal motivo para uma reunião do Pantera nunca ter acontecido, mesmo com Zakk Wylde ou qualquer guitarrista no posto de Dimebag Darrell, foi a rixa entre Vinnie Paul e o vocalista Phil Anselmo. Declarações infelizes do cantor fizeram com que a relação nunca mais fosse a mesma.

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O Pantera acabou, oficialmente, em 2003, mas já estava inativa desde 2001, quando Phil Anselmo pediu um ano de folga após os atentados de 11 de setembro. O vocalista já não estava se dando bem com os demais colegas e os vícios dos envolvidos só atrapalhavam. Em vez de dar um tempo para cuidar de si, Anselmo deu sequência a outros projetos musicais, como o Down e o Superjoint Ritual. Com tamanha contradição e indicação de que o cantor jamais retornaria à banda, os irmãos Abbott resolveram encerrar as atividades.

A guerra entre palavras teve início a partir daí, com acusações pipocando em todos os lados, mas uma declaração de Phil Anselmo, em entrevista à revista “Metal Hammer”, chamou a atenção. Ele disse à publicação que Dimebag Darrell “merecia ser severamente espancado” e a declaração pegou mal não só por seu conteúdo, como também pelo momento: dias depois, o guitarrista foi assassinado durante um show de sua nova banda com Vinnie Paul, o Damageplan, por um fã esquizofrênico, que se dizia chateado com o fim da banda.

“Está entre Dimebag e eu. Nunca houve um ponto em que ele não ficasse bêbado, o que era praticamente todo dia. E, agora, ouço que é pior do que nunca. Ele me atacava verbalmente. E sabendo que era muito menor que eu, eu poderia matá-lo facilmente, viraria vapor – pelo menos o queixo dele, se eu o socasse. E ele sabe disso. O mundo sabe disso. Então, fisicamente, ele merece ser severamente espancado”, disse Anselmo, durante a polêmica entrevista.

– Leia: A ‘quase entrada’ de Dimebag Darrell para o Megadeth

“Claro, isso é crime e eu não faria tal coisa. Simplesmente o deixo falar. Cansei disso muito rapidamente e sempre que se fala sobre isso, apenas lhe desejo sorte. Realmente gostaria que eles fossem homens, o que é difícil para eles, imaginando que eles estavam morando na casa da mãe até os 30 anos de idade. Em comparação, eu estava nas ruas por escolha aos 15 anos, vivendo onde eu podia, mas vivendo e com sucesso, por meio da minha vontade”, completou.

Posteriormente, Phil Anselmo disse que falou sobre o assunto com bom humor e que não queria, de fato, que Dimebag Darrell fosse severamente espancado. Ele também se irritou com o fato da “Metal Hammer” ter usado a frase para estampar a capa da revista.

Chateado, Vinnie Paul disse, em resposta, que ouviu a gravação em áudio da entrevista e que Phil Anselmo disse as mesmas palavras representadas na publicação. Anselmo, por sua vez, alegou ter recebido uma mensagem de Paul que sugeria, nas entrelinhas, que “o dia dele estava chegando”.

– Leia: Phil Anselmo revela o que ele mais admira em Vinnie Paul

Antes da morte de Dimebag Darrell, Phil Anselmo disse, em outras entrevistas, que nunca voltaria ao Pantera. Após o falecimento do guitarrista, o discurso mudou: o vocalista passou a afirmar que considerava uma reunião com a banda em 2004.

Com a mudança de discurso, Phil Anselmo também mudou sua atitude e procurou Vinnie Paul algumas vezes para fazer as pazes. O baterista nunca aceitou e não conversou mais com o vocalista até o fim.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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