Neil Peart, eterno baterista do Rush, não é um dos grandes nomes de seu instrumento à toa: ele revolucionou a forma de se tocar e até de se gravar bateria. Um dos grandes exemplos disso é a técnica utilizada na música “Vital Signs”, presente no álbum “Moving Pictures” (1981), um dos maiores clássicos da banda.
O baterista Mike Portnoy, famoso pelos trabalhos com o Dream Theater e várias outras bandas, falou sobre a atuação de Neil Peart nesse álbum e nessa faixa do Rush em entrevista ao Consequence of Sound, transcrita pelo Ultimate Guitar.
Fã declarado de Neil Peart, Portnoy citou um elemento no clipe de “Vital Signs” que nos ajuda a entender a estranha técnica, que traz uma sonoridade bem diferente para a caixa de bateria em comparação às outras peças, embora tudo seja parte do mesmo kit.
“Se você assistir ao vídeo de ‘Vital Signs’, Neil estava usando algo como uma placa em seu peito, e eles gravaram a caixa da bateria através daquilo, então você ouvia a caixa através de seu corpo.”
A placa mencionada por Mike Portnoy se refere é a base para o microfone, que de fato estava no corpo de Peart. O videoclipe, obviamente filmado após a gravação da música, busca simular a experiência.
Veja:
Rush, Neil Peart e a bateria de “Vital Signs”
O próprio Neil Peart falou sobre a técnica de registro de “Vital Signs” em um diário das gravações de “Moving Pictures” publicado pela revista Modern Drummer. O músico ainda revelou que outra canção do disco fez uso da mesma método de captação sonora: “The Camera Eye”.
“Durante essas sessões, estávamos experimentando um tipo incomum de microfone chamado PZM, ou Microfone de Zona de Pressão. Ele só pega som direto – nenhum sinal reverberado. Nessa faixa [“The Camera Eye”] e em ‘Vital Signs’, nós o usamos amarrado no meu peito!
Isso recriou aquela ‘perspectiva do baterista’ especial; o balanço e a dinâmica que você ouve quando toca. Na mixagem geral, é usado um microfone acima da cabeça ou de ambiente, para melhorar e neutralizar a mixagem completa da bateria.”