O Blacktop Mojo, banda americana que transita entre o hard rock e gêneros alternativos, está de volta com seu quarto álbum de estúdio, homônimo. O lançamento chega através do selo próprio do grupo, Sand Hill / Cuhmon Records.
O forte senso de união é uma das grandes características do Blacktop Mojo: seus integrantes vivem juntos na mesma casa, na cidade de Palestine, no Texas. Os próprios músicos sempre exaltam isso em comunicados e, em nota recente sobre o novo disco, afirmam que as faixas inéditas apresentadas aqui resumem a essência do grupo.
“Esse grupo de canções em particular realmente meio que reflete o nosso som, todas as nossas influências juntas. Sentimos que (o disco) personifica tudo o que nós somos.”
Ouça a seguir, via Spotify, ou clique para conferir em outras plataformas.
Produzido novamente por Phil Mosley – o mesmo profissional de trabalhos anteriores, como o antecessor “Under the Sun” (2019) -, o álbum “Blacktop Mojo” repete os acertos de outros momentos ao mesmo tempo que dá passos importantes para frente.
A sonoridade ainda segue com a proposta de mesclar elementos clássicos e contemporâneos do rock. O típico hard rock do grupo voltou a ganhar contornos alternativos, oriundos do post-grunge e até do metal alternativo, ao mesmo tempo em que também olha para trás e acrescenta pitadas de, por exemplo, southern rock.
O grande acerto individual também se mostra presente no novo álbum: as formas de se trabalhar a voz de Matt James, que é, sem dúvidas, o grande talento da banda em termos de performance. Os guitarristas Ryan Kiefer e Chuck Wepfer, o baixista Matt Curtis e o baterista Nathan Gillis são grandes músicos, claro, mas o vocalista é uma força da natureza – e os demais colegas têm méritos ao darem espaço para o cantor brilhar.
Como novidade, o disco “Blacktop Mojo” explora ainda mais a veia arena rock do grupo. Especialmente as cinco primeiras faixas do trabalho, de “Wicked Woman” a “Jealousy”, abusam dos refrães pegajosos e das melodias grudentas. Até os licks e solos de guitarra estão mais memoráveis.
A segunda metade do registro opta pelos experimentos e incursões a outros gêneros do rock, mas sem abrir mão da identidade própria do quinteto. A arrastada “Do It for the Money”, as alternativas e quase-grunge “Cough” e “Stratus Melancholia” e a balada meio bluesy “Tail Lights” mostram como o grupo domina bem sua própria versatilidade.
“Blacktop Mojo”, o álbum, é uma evolução agradável e esperada de “Under the Sun”. Explora os pontos positivos dos trabalhos anteriores e acrescenta algumas características adicionais muito bem-vindas. Faz valer cada minuto de sua audição.
O álbum está em minha playlist de lançamentos, atualizada semanalmente. Siga e dê o play:
Blacktop Mojo – “Blacktop Mojo”
- Wicked Women
- Bed Tundy
- Latex
- Rewind
- Jealousy
- Make Believe
- Darlin’ I Won’t Tell
- Do It for the Money
- Hold Me Down
- Cough
- Stratus Melancholia
- Tail Lights
* Texto desenvolvido em parceria por Igor Miranda e André Luiz Fernandes. Pauta, edição geral e redação do conteúdo opinativo (resenha) por Igor Miranda; redação e apuração do conteúdo informativo por André Luiz Fernandes.