O Sepultura lançou um álbum ao vivo, intitulado “SepulQuarta”, nas plataformas digitais. O trabalho, que chega a público por meio das gravadoras Nuclear Blast / BMG Brasil, reúne as gravações feitas pelo projeto de mesmo nome, realizado durante o ano de 2020 no canal de YouTube da banda.
Com diversos vídeos transmitidos ao vivo ao longo do ano, “SepulQuarta” foi o passatempo do Sepultura em meio aos tempos de pandemia. A iniciativa reuniu os músicos do grupo com diversos artistas consagrados nacional e internacionalmente, como Scott Ian (Anthrax), João Barone (Paralamas do Sucesso), Matt Heafy (Trivium), Rafael Bittencourt (Angra) e Devin Townsend, entre outros.
A ideia do projeto era trazer convidados para uma espécie de podcast semanal, com um bate-papo que envolvia integrantes do Sepultura e outros artistas. Ao fim de cada ocasião, os músicos chamados para o “SepulQuarta” tocavam alguma canção da banda.
Agora, o material dessas transmissões em vídeo foi mixado e masterizado por Conrado Ruther para lançamento em CD, vinil duplo (exclusivo no exterior) e plataformas digitais.
Ouça a seguir, via Spotify, ou clique para conferir em outras plataformas.
Os destaques do projeto
Os quatro integrantes do Sepultura responderam a IgorMiranda.com.br, em entrevista coletiva realizada na última sexta-feira (6), qual seria a melhor e a mais desafiadora versão presente em “SepulQuarta”, na opinião de cada um deles. As escolhas foram diversas e praticamente todos eles destacaram que não houve nenhum tipo de empecilho para trabalhar nas regravações.
Andreas Kisser, inicialmente, citou como um momento especial a regravação de “Orgasmatron”, do Motörhead, com Phil Campbell.
“É difícil escolher uma, todas ficaram muito exclusivas, únicas, mas pra mim a gravação de ‘Orgasmatron’, do Motörhead, com o Phil Campbell, foi histórica. É a segunda versão de ‘Orgasmatron’ que fazemos depois daquela de 1991. O Motörhead sempre foi muito especial na nossa história e fechar o disco com ‘Orgasmatron’ foi muito especial para mim.”
O guitarrista ainda destacou:
“Acho que todas foram muito simples, na verdade. Não teve nenhuma dificuldade técnica. Mesmo em ‘Ratamahatta’, que tinha três bateristas e que envolve um processo um pouco mais difícil de juntar tudo, tudo foi muito bem equilibrado. O Eloy organizou muito bem com o João (Barone) e o Charles (Gavin), de juntar tudo ao mesmo tempo e a toda hora”.
Por sua vez, Eloy Casagrande mencionou que ‘Ratamahatta’ teve um processo um pouco mais desafiador, já que precisou unir mais de um baterista.
“Acho que o que deu mais trabalho – não chegou a ser um trabalho, porque não quero considerar como um peso (risos) – foi juntar mais bateristas, pelo fato de o instrumento já ser complexo, imagina fazer isso à distância, com cada um gravando de um lugar e de uma forma diferente.”
Ao citar qual a sua versão predileta, o baterista pontuou:
“Não sei falar qual foi a que teve o melhor resultado, gostamos de todas as participações, mas posso citar a ‘Mask’, que teve a participação do Devin Townsend, que foi muito legal, o input dele na música foi bem interessante”.
Derrick Green destacou um dos convidados mais “externos” do metal: Danko Jones, que participou de “Sepulnation”.
“Para mim, foi ótimo trabalhar com Danko Jones, por ele ser muito diferente de todos os convidados que tivemos – o tipo de música que ele faz é mais baseada em rock n’ roll. Foi legal ouvir a versão que ele fez. Ele é um grande fã do Sepultura e conhece a grande maioria do material. Na música que ele escolheu, naquela versão, a voz dele ficou realmente dinâmica, então essa é uma das minhas favoritas.”
Por fim, Paulo Jr citou dois destaques:
“É difícil escolher, cada uma tem seu momento especial com o convidado, mas com o Devin Townsend, achei bem interessante o arranjo que a gente fez – a participação dele, o timbre, o jeito que ele toca. Mas tem a participação do Phil Campbell, que é super especial, de uma pessoa com que a gente já convive há muitos anos… Motörhead faz parte da história do Sepultura, inclusive o nome vem do Motörhead (da música ‘Dancing on Your Grave’, ‘dançando em sua sepultura’), então é difícil escolher, achei que todas as versões ficaram super legais.”
O álbum está em minha playlist de lançamentos, atualizada semanalmente. Siga e dê o play:
Sepultura – “SepulQuarta”
- Territory (feat. David Ellefson)
- Cut-Throat (feat. Scott Ian)
- Sepulnation (feat. Danko Jones)
- Inner Self (feat. Phil Rind)
- Hatred Aside (feat. Angélica Burns, Mayara Puertas & Fernanda Lira)
- Mask (feat. Devin Townsend)
- Fear, Pain, Chaos, Suffering (feat. Emmily Barreto)
- Vandals Nest (feat. Alex Skolnick)
- Slave New World (feat. Matthew K. Heafy)
- Ratamahatta (feat. Joao Barone & Charles Gavin)
- Apes Of God (feat. Rob Cavestany)
- Phantom Self (feat. Mark Holcomb)
- Slaves Of Pain (feat. Fred Leclercq & Marcello Pompeu)
- Kaiowas (feat. Rafael Bittencourt)
- Orgasmatron (feat. Phil Campbell)