Kid Rock lançou na sexta-feira (19) seu último single, “Don’t Tell Me How to Live”, em parceria com a banda canadense Monster Truck. Na letra, ele discursa contra a cultura “acordada” e a grande mídia em um momento em que “toda opinião tem um millennial ofendido”.
A primeira música inédita do artista desde 2017 reproduz uma canção da banda lançada em 2015 com o mesmo título. No videoclipe oficial, Jon Harvey, vocalista do grupo, e Kid fumam charutos e alternam versos que ao mesmo tempo soam controversos e pouco profundos.
No dia seguinte ao lançamento, Danko Jones fez críticas não só à música, como também aos colegas canadenses do Monster Truck. Em uma sequência de publicações no Twitter, o músico, que lidera uma banda com seu nome, disse que a colaboração com o roqueiro conservador dá ao grupo “participação vitalícia no hall da fama dos babacas”.
“Fiquei desapontado ao saber de uma certa banda em uma música com um certo músico que foi tão público com sua política MAGA, incluindo proferir a frase ‘f*da-se Colin Kaepernick’ durante uma apresentação ao vivo. É o mesmo que solidarizar-se com ele. Nojento. E o vídeo deles posando como caipiras em casacos de pele é CONSTRANGEDOR. Decepcionado e envergonhado por aquela banda.”
Ele completou:
“É apropriado que a música de m*rda de Kid Rock, ‘Don’t Tell Me How To Live’, tenha sido lançada no dia do veredicto de Kyle Rittenhouse (jovem americano absolvido após matar dois manifestantes antirracistas). Só para avisar: não falo com bandas que fazem amizade com um racista de m*rda. Usar casacos de pele, armas esportivas e fumar charutos no videoclipe garante à banda uma participação vitalícia no hall da fama dos babacas. Constrangedor.”
Danko Jones critica Kid Rock e defende Colin Kaepernick
Ainda em sua série de posts, Danko Jones aproveitou para manifestar sua contrariedade aos insultos de Kid Rock direcionado a Colin Kaepernick, jogador de futebol americano que liderou o movimento de se ajoelhar durante o hino norte-americano em protesto à brutalidade policial contra os negros nos Estados Unidos.
“Colin Kaepernick sacrificou sua carreira para chamar a atenção para a desigualdade racial. Se você ficar ao lado de Kid Rock em um vídeo musical gritando ‘flocos de neve’, vestindo casacos de pele e portando armas, você é um merda tão grande quanto Kid Rock.”
Notório apoiador do ex-presidente americano Donald Trump, Kid Rock foi bastante criticado ao receber em seu bar o cantor Morgan Wallen, em sua primeira apresentação desde que foi flagrado usando a expressão racista “n*gger”, no último mês de fevereiro.
Em novembro de 2019, Rock foi retirado do palco do bar Honky Tonky, em Nashville, quando fez um discurso explícito contra Oprah Winfrey, dizendo que ela podia “chupar um pau”. E em 2018, o roqueiro foi removido do posto de grande marechal do desfile de Natal de Nashville após chamar Joy Behar, então apresentadora de “The View” da ABC, de “vadia” em uma entrevista à Fox News.