Como o luto inspirou o The Pretty Reckless a criar “Death By Rock and Roll”

Mortes de ídolo, irmão de integrante e produtor quase fizeram Taylor Momsen abandonar a música

O caminho até o novo álbum, “Death By Rock and Roll”, apresentou muitas tragédias para o The Pretty Reckless superar.

A banda excursionava com o Soundgarden em 2017, quando o vocalista e ídolo Chris Cornell tirou a vida. Em janeiro de 2018 o irmão do baterista Jamie Perkins morreu em um acidente de carro.

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Três meses mais tarde foi a vez do produtor Kato Khandwala falecer em uma queda de moto. Além de ter trabalhado com o grupo em todos os seus álbuns até então, ele era amigo pessoal dos músicos, praticamente um quinto membro.

Taylor Momsen em isolamento voluntário

A realidade da situação fez com que a vocalista Taylor Momsen optasse pelo isolamento voluntário por três meses. Seu comportamento se tornou autodestrutivo como um modo de enfrentar a dor.

Houve até mesmo a possibilidade de se afastar em definitivo da música, como a frontwoman revelou à Guitar World.

“Caí nesse inacreditável buraco de depressão e fiquei lá por um longo período. Fui devastada pelas perdas, a mágoa e o trauma. Simplesmente pensar em música me doía. Foi algo muito rápido, não estava pronta para lidar. Era como se todo mundo que eu amava morresse, não havia motivos para seguir em frente. Passei a abusar de substâncias buscando alívio. Não pensei em suicídio, mas não me sentia preparada para encarar a realidade.”

The Pretty Reckless de volta

Dois anos se passaram entre as tragédias e o início das gravações do disco seguinte. Com Momsen imersa em seus sentimentos, coube ao guitarrista Ben Phillips dar o primeiro passo visando a retomada de atividades.

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Para a função de Kato, recorreu a um amigo de infância. Jonathan Wyman fez carreira nos principais centros musicais americanos, mas havia largado a indústria para viver uma vida familiar. Mesmo assim, atendeu o chamado e se prontificou a ajudar.

Taylor, porém, estava irredutível, nem se prontificando a ouvir novas ideias.

“Não sabia como voltar até onde estávamos antes de tudo acontecer. Não me importava mais, só queria ficar no meu sofá e desaparecer. Mesmo sabendo que era muito perigoso permanecer nesse estado de espírito por tanto tempo.”

Death By Rock and Roll: a reconexão

Mas, repentinamente, a vocalista se reconectou com sua paixão. Tudo começou resgatando discos dos Beatles, Led Zeppelin e Rolling Stones que ouvia desde criança. Quanto mais ouvia, mais sentia saudades não apenas de escutar música, mas escrever.

“Foi quando me dei conta de que estava me privando do que mais amava e precisava. Naturalmente peguei uma guitarra novamente e tudo começou a fluir. A inspiração veio como um modo de lidar com o que sentia.”

O exorcismo do luto trouxe resultado. “Death By Rock and Roll” foi aclamado por fãs e crítica. O trabalho conta com participações de Kim Thayil e Matt Cameron, do Soundgarden, além de Tom Morello, guitarrista do Rage Against The Machine.

Chegou ao top 20 em seis paradas, além do 28º lugar nos Estados Unidos, onde foi o disco mais vendido no formato físico em sua semana de lançamento.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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