Faixa de abertura do álbum de estreia homônimo do The Doors, “Break on Through (To the Other Side)” foi a primeira música lançada para promover a carreira da banda.
Hoje é vista como um dos maiores clássicos do grupo. Porém, a recepção inicial não foi encorajadora: o single chegou apenas ao 126º lugar na Billboard Hot 100, parada de compactos dos Estados Unidos.
As coisas só se ajustariam quando “Light My Fire”, a seguinte canção a ser disponibilizada no formato promocional, subiu como um foguete ao número 1.
Do ritmo à letra
Mas o que deu errado? Conforme refletido pelo Ultimate Classic Rock, há muitas teorias que podem ser elaboradas, como o fato de o arranjo não corresponder ao formato pop em alta à época.
Vale citar que o baterista John Densmore já declarou abertamente ter se inspirado na música brasileira para criar a levada em “Break on Through (To the Other Side)”. O músico, como seus colegas, era um apreciador da bossa nova e a abordagem latina que o movimento incorporou ao jazz.
O conteúdo lírico também foi visto como um obstáculo. Afinal, uma letra que começa dizendo que “o dia destrói a noite e a noite divide o dia” não era exatamente aquilo que os ouvidos populares estavam acostumados, ainda mais quando analisamos sob uma perspectiva radiofônica.
Já “Light My Fire”, mesmo que por vias metafóricas, expressa amor, além de sua melodia pontuada pela interpretação de Jim Morrison proporcionar um conforto aos ouvidos.
Posteriormente clássica
O tempo tratou de fazer justiça a “Break on Through (To the Other Side)” e a deu nova vida ao ser lançada novamente como single quando da promoção do filme que contava a história da banda, em 1991.
Já no século atual, em 2012, a música rompeu barreiras interplanetárias ao ser tocada em Marte, durante uma missão exploradora da Nasa.
Lançado em 4 de janeiro de 1967, “The Doors”, o disco, vendeu mais de 20 milhões de cópias em todo o mundo. Em 2015 foi escolhido pela Livraria do Congresso dos Estados Unidos para inclusão nos registros nacionais, baseado em seu valor artístico, histórico e cultural.