Max Cavalera volta a dizer que esposa não foi razão de sua saída do Sepultura

Músico cita exemplos de outras bandas que passaram pelo mesmo processo, como os Beatles e o Pantera: "nos distanciamos, começamos a ons odiar"

Até hoje a empresária Gloria Cavalera é vista como responsável pela separação da formação clássica do Sepultura. Os remanescentes da banda nunca fizeram questão de desmentir a ideia, o que não é o caso de seu esposo e até hoje artista representado Max Cavalera.

Em recente entrevista ao The Dan Chan Show, transcrita pelo Blabbermouth, o vocalista e guitarrista voltou a defender a cônjuge e apontou outros motivos para o rompimento.

“Eu não me arrependo de ter saído. É como qualquer outra coisa – seguiu seu curso. O que ainda é extremamente frustrante para mim e alguns dos fãs não entendem é quando acusam Gloria. A verdade é que nos distanciamos, começamos a nos odiar. Aconteceu com os Beatles e muitas outras bandas, como o Pantera.

Simplesmente não tínhamos mais a alegria de tocar uns com os outros. Era hora de seguir em frente. É covardia culpá-la. Nós fomos a razão. Eu prefiro que culpem a mim do que ela ou outra pessoa.”

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O assunto já foi abordado pelo músico em outras ocasiões. À revista Kerrang!, em 2020, ele foi convidado a refletir como seria se sua saída tivesse ocorrido nos dias de hoje, na era das redes sociais.

“Não sei, seria diferente. Haveria bem mais conversa sobre isso, para começar. Na época, muitas pessoas nem sabiam que eu havia saído. Eu escrevi uma carta e enviei para revistas explicando por que eu estava saindo e, até hoje, não entendem direito.

Falam que eu saí porque Gloria foi demitida e isso é besteira. Isso nunca aconteceu de verdade. O contrato dela já havia acabado. Eu saí porque eles queriam coisas que não tinham a ver com a gente – grandes empresários de Los Angeles e coisas de rockstar que eu nunca achei que precisássemos. Até hoje, não dou a mínima para isso. Minhas músicas não estão nas rádios e isso não me incomoda nem um pouco. Não componho para isso. Eu digo que Grammy é como hemorroida: eventualmente, todo c*zão ganha um. Depende de você.”

Sequência do Sepultura sem Max Cavalera

Na entrevista ao The Dan Chan Show, Max Cavalera também foi questionado se imaginava que os antigos colegas prosseguiriam com a banda e o nome sem sua presença.

“A julgar por suas personalidades, sim, eu pensei que continuariam. É realmente uma mistura de emoções, especialmente porque eu e Iggor estávamos lá no início, ao contrário de quem está agora. Nem mesmo Paulo (Xisto Pinto Jr., baixista) participou do começo. Então, é algo que parece muito pessoal e sagrado. Ao mesmo tempo, é uma daquelas coisas na vida que simplesmente acontecem e você tem que seguir em frente.”

A saída de Max Cavalera do Sepultura foi concretizada no fim de 1996. A banda recrutou o vocalista Derrick Green no ano seguinte. Iggor deixou o grupo 10 anos mais tarde. Jean Dolabella assumiu a bateria, ficando até 2011, quando Eloy Casagrande entrou e segue até hoje.

Os irmãos Cavalera se reuniram e tocam o projeto Cavalera Conspiracy, além de turnês de cunho saudosista executando material do Sepultura.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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