Perguntei a Billy Gibbons sobre “Tres Hombres”, do ZZ Top, e a resposta surpreendeu

Vocalista e guitarrista demonstrou ter lembranças muito vívidas de principais músicas do álbum que alçou sua banda ao estrelato em 1973

O ZZ Top mudou de patamar com seu terceiro álbum de estúdio. Lançado em 26 de julho de 1973 pela London Records, “Tres Hombres” foi o trabalho responsável por fazer a banda formada por Billy Gibbons (voz e guitarra), Dusty Hill (baixo) e Frank Beard (bateria) estourar em todo o mundo, especialmente na América do Norte.

Embora “La Grange” tenha sido a única música disponibilizada no formato de single – não à toa virando o maior clássico da carreira do grupo texano -, “Tres Hombres” é um desfile de clássicos. “Waitin’ for the Bus” e “Jesus Just Left Chicago”, posicionadas precisamente em sequência na abertura, foram tocadas em shows quase tantas vezes quanto “La Grange” de acordo com o Setlist.fm. “Beer Drinkers & Hell Raisers”, por sua vez, ganhou versões de Van Halen e Motörhead, enquanto “Precious and Grace” virou um clássico cult.

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Tive a honra de entrevistar Billy Gibbons para, inicialmente, repercutir o álbum ao vivo “Raw”, primeiro lançamento do ZZ Top desde a morte de Dusty Hill. Deu tempo de perguntá-lo a respeito de “Tres Hombres”, que completa 50 anos de seu lançamento original em 2023.

A resposta, de certa forma, surpreendeu. O nível de detalhamento apresentado por Gibbons ao ser perguntado a respeito do que se lembrava do processo de composição, gravação e lançamento do disco é algo relativamente incomum para um músico de 72 anos de idade que fala de uma obra disponibilizada há 49 anos.

O erro que deu certo para o ZZ Top

Inicialmente, o frontman do ZZ Top destaca que praticamente não há separação de tempo entre “Waiting for the Bus” e “Jesus Just Left Chicago”. Quando a primeira termina, a segunda começa a ser tocada logo na sequência. E essa não era a intenção.

“‘Tres Hombres’… sim, as coisas realmente deram certo para nós com este aí. As duas primeiras faixas, ‘Waiting for the Bus’ e ‘Jesus Just Left Chicago’ foram justapostas sem espaço real entre elas devido a um erro de masterização.”

No fim das contas, o equívoco veio para o bem. As músicas soam bem melhores quando tocadas em sequência. É quase impossível imaginá-las separadamente.

“Por mais dos 50 anos que se seguiram, a tocávamos como um medley, uma música de ‘duas partes’ se preferir dizer. Não era nossa intenção, mas vamos atribuir isso à proveniência divina ou apenas um erro cósmico.”

https://www.youtube.com/watch?v=P09az5w2ufc

“La Grange”, o hit de “Tres Hombres”

Billy Gibbons ficou ainda mais empolgado ao falar sobre “La Grange”, música que ganhou vida própria com o passar dos anos. A letra da canção fala sobre o Chicken Ranch, famoso prostíbulo próximo à pequena cidade americana de La Grange em funcionamento entre 1905 e 1973.

“‘Tres Hombres’ também é a casa de ‘La Grange’, que causou furor quando foi tocada pela primeira vez, já que as pessoas que cresceram no Texas sabiam do infame ‘Chicken Ranch’. Nossa música narrou aquele delicioso destino logo antes do lançamento do filme ‘The Best Little Whorehouse in Texas’.”

Embora a história do bordel fosse conhecida por quem fosse da região, nem todo mundo sabia do “causo” em outras áreas dos Estados Unidos e do mundo, já que a fama do ZZ Top se tornou internacional a partir dali. Por isso, a banda acabou revelando ao mundo a temática da canção.

“Meio que é uma música codificada, mas seu tópico era um segredo aberto que acabamos definindo para satisfação sonora. ‘La Grange’ tem sido uma boa canção para nós há muito tempo e não mostra sinais de que deixará de ser.

Algumas das músicas de ‘Tres Hombres’ foram baseadas em experiências reais, então vamos parar por aqui.”

Para conferir a entrevista completa com Billy Gibbons, clique aqui. “Tres Hombres” pode ser ouvido a seguir, via Spotify.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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