Após ser criticada por se posicionar contra demonstrações políticas em shows, Ellen Jabour voltou a se pronunciar sobre o tema. Em entrevista para o UOL durante a pré-estreia da série “Rock in Rio – A História”, a apresentadora e modelo tentou esclarecer seus comentários anteriores.
Embora tenha mantido sua opinião, Ellen explicou:
“Falei que não gosto quando os músicos falam de política. Usei a palavra ‘falam’ para dizer que não gosto quando eles param a música para falar do assunto. Não disse que não gosto quando cantam. Cantar política faz parte, quase toda banda faz isso”.
Os comentários de Jabour contra manifestações políticas em shows vieram com um exemplo de algo ocorrido durante uma apresentação de Roger Waters em São Paulo em 2018. Às vésperas das eleições, uma imagem exibida no telão chamava o então candidato a presidente Jair Bolsonaro de neofascista. A menção foi retirada a partir do segundo show da tour, mas a exibição da hashtag #EleNão foi mantida.
Para a modelo, é melhor que artistas estrangeiros se atenham a questões de seus próprios países.
“Num show do Roger Waters, por exemplo, é esperado que ele cante política nas músicas e até que ele dê uma ‘espetadinha’ numa coisa ou outra. Mas fale da política dele, do país dele, não do nosso. Ele não sabe o que passamos aqui. Não acho que seja apropriado comentar algo que traz tanto ódio.”
“Perigoso”
Ainda durante a entrevista, Ellen Jabour relatou o medo que a reação do público a tais manifestações políticas lhe causaram.
“As pessoas vão embora porque ficam com medo de uma rebelião. Você está no meio da multidão. Fico com medo de nem sobreviver, ou ser espancada. Isso por conta da segmentação que a política causa. O show não é isso, é o momento de união das pessoas.
Quando eles [artistas] falam sobre política no show, o público já começa a olhar estranho um para o outro. Numa dessas ocasiões, mostraram o pênis. Um rapaz colocou o pênis para fora e fez xixi numa menina do meu lado. Para você ver o nível de agressão. Todos que estavam comigo quiseram ir embora porque se tornou perigoso. Eu fiz aquela postagem como um alerta querendo dizer que ficarei muito triste se os shows se tornarem lugares perigosos.”
Ao final, ela ainda defende manter a política apenas nas canções porque parte do público não sabe falar inglês, logo não sabe o que está cantando. O artista explicitar sua posição política do artista corta a vibe, segundo ela.
“Muita gente nem fala inglês, não sabe o que estão cantando. A melodia está no coração das pessoas. Você pode estar só sentindo a música e não exatamente concordando com cada palavra. Você interpreta do seu jeito a música, a fala não.”
Críticas anteriores
No último mês de julho, Ellen Jabour virou assunto no Twitter após comentar uma notícia sobre o Rage Against the Machine. Enquanto alguns americanos recentemente ficaram “surpresos” com o fato de a banda ter um forte posicionamento político à esquerda, a ex-VJ da MTV Brasil disse não gostar de “shows que falam sobre política”.
Em seu perfil no Twitter, Jabour declarou:
“Não gosto de shows que falam sobre política. Transformam um momento que era pra ser de unificação, em segregação. O clima fica péssimo pois as pessoas pensam diferente umas das outras e começam a se estranhar, e até mesmo a se agredir! Vivi isso no show do Roger Waters e foi uó.”
A reclamação de Jabour viralizou e rendeu uma enxurrada de críticas a ela no Twitter. Muitos fãs, tanto do RATM quanto de Roger Waters, entenderam que ela parecia não conhecer o trabalho dos músicos citados, visto que todos eles sempre foram muito explícitos em seu posicionamento político.
Confira algumas reações ao tweet:
Em outra mensagem, a apresentadora buscou se explicar:
“Gente, vocês não entenderam! Não estava me referindo à letras de música sobre política mas quando a banda ou músico resolve fazer do show um momento de propaganda política. O Roger Waters por exemplo veio falar sobre a nossa política (Brasil) no show dele e criou o maior climão…”
Ellen Jabour e o mundo da música
Ellen Jabour não é estranha ao mundo do rock e da música. No começo de sua carreira, ainda como modelo, ela trabalhou em clipes musicais. Com o passar do tempo, tornou-se apresentadora de TV e comandou programas na MTV Brasil.
Mais do que isso, Jabour afirma ter vivido uma relação afetiva de 3 anos com Axl Rose, vocalista e líder do Guns N’ Roses, entre os anos de 2010 – quando a banda se apresentou no Brasil e ela serviu de intérprete em alguns momentos – e 2012. Ela conta ter acompanhado a banda em 22 shows da turnê que ppromovia o álbum “Chinese Democracy” (2008). Hoje, está em um relacionamento com Jonathan Döerr, vocalista do Ego Kill Talent e ex-Reação em Cadeia.
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