A recente entrevista de Roger Waters à CNN segue repercutindo. O líder do Pink Floyd em sua fase mais popular teceu críticas à postura dos Estados Unidos em relação à guerra na Ucrânia, o que o fez listar o atual presidente do país, Joe Biden, como criminoso de guerra nos shows da turnê “This is Not a Drill”.
O músico também defendeu a soberania da China sobre Taiwan, além de criticar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) por descumprir acordo feito com os russos de não negociar com nações do leste europeu. Também acusou os americanos de não olharem para as próprias ações quando criticam invasões em outros territórios.
Em postagem no Facebook, o vocalista Joe Lynn Turner exaltou Roger. O cantor, apoiador declarado do atual presidente russo Vladimir Putin, escreveu:
“Roger Waters fala a VERDADE ao poder! Obrigado Roger. Alguém tem que dizer isso…”
Em 2017, Turner se referiu a Putin como “um gângster, mas um bom gângster” em entrevista ao canal do YouTube PragueLife (transcrita pelo Blabbermouth).
“Havia gângsteres na minha família, na máfia. E eles eram boas pessoas. Deixavam os bairros mais seguros, protegiam todos no quarteirão e cuidavam de muita gente. Doavam seu tempo e dinheiro para boas causas. Se alguém não tinha pão ou comida suficiente, eles compravam. Quero dizer, depende de que tipo de gângster você é. Os políticos são gângsteres ruins, não conseguem nem encobrir seus crimes. Mas Putin ainda diz a verdade.”
Joe ressalta que ninguém pode acusá-lo de ser contra os Estados Unidos.
“Fui ao Iraque em apoio às tropas. Então quem quiser desafiar isso, vamos lá, porque sei algumas coisas a mais do que você. Mas acho que perdemos muito de nossos valores da América. Não podemos mais falar livremente. Há mais liberdade na Rússia, posso garantir. Já passei muito tempo lá. As pessoas não entendem o que é a Rússia na América.”
De acordo com Turner, a demonização da Rússia por seu país está enraizada em fatores culturais.
“Os Estados Unidos sempre precisam de um lobo mau. Precisamos odiar alguém, por causa do complexo industrial militar. Então, precisamos odiar alguém o tempo todo e criar uma guerra. Não há necessidade disso, realmente. Se pudermos apenas endireitar a economia, acho que as pessoas teriam uma chance. Mas agora, eu oro por eles – eu realmente o faço. Porque eu acho que eles entenderam tudo errado.”
O artista finalizou mandando um recado a quem passou a odiá-lo por suas posturas.
“Eu disse que Putin estava dizendo a verdade, porque ele está dizendo a verdade. Fui intimado pelo meu próprio governo, ok? E aos haters que vão ver isso sobre mim e tal, vocês não têm ideia. Só 30 por cento do povo americano tem passaporte, então 70 por cento de vocês estão isolados. Você não foi a lugar nenhum e não fez nada. Desculpe.”
Sobre Joe Lynn Turner
Nascido em Hackensack, Nova Jersey, Estados Unidos, Joseph Arthur Mark Linquito despontou na banda Fandango, chamando a atenção de Ritchie Blackmore que o contratou para o Rainbow. Gravou três álbuns de estúdio que, apesar de contestados, obtiveram sucesso comercial moderado.
Em 1987 entrou na banda do guitarrista sueco Yngwie Malmsteen, registrando o disco “Odyssey” e o ao vivo “Trial By Fire”. Saiu após desentendimentos quanto a créditos nas composições.
Reencontrou-se com Blackmore ao assumir os vocais do Deep Purple. Cantou em “Slaves and Masters”, fez a turnê (que incluiu a primeira passagem da banda pelo Brasil) e se retirou para a volta de Ian Gillan.
Possui dez álbuns solo, sendo dois de regravações. Também participou de projetos como Sunstorm, Hughes Turner Project e Rated X, entre outros. Em anos recentes passou a morar no leste europeu. Foi nomeado Embaixador Cultural da Bulgária em 2015.
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