Por que “Animals” é o álbum punk do Pink Floyd, segundo Nick Mason

Banda incorporou o espírito “do it yourself” durante as sessões de gravação

O recente lançamento da edição remixada do álbum “Animals” pode fazer com que algumas pessoas redescubram o disco que se tornou uma espécie de elo perdido no período de maior sucesso do Pink Floyd. Ao menos, esta é a esperança do baterista Nick Mason.

Em entrevista ao Analog Planet, o músico reconheceu que o trabalho não tem a mesma fama de alguns de seus pares.

“De certa forma, é como o período inicial, com Syd Barrett. As pessoas são familiarizadas com ‘Dark Side of the Moon’, ‘The Wall’ e até mesmo com ‘Wish You Were Here’, mas não com ‘Animals’. Espero que o relançamento mude esse panorama.”

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Mason reconhece que a banda até mesmo se deixou levar pelo lema punk durante as gravações, adotando o “do it yourself” (“faça você mesmo”) nas sessões.

“A coisa punk foi interessante por causa do timing. Fomos influenciados pelo punk? Eu realmente não tenho certeza. Acho que, subliminarmente, provavelmente sim. A questão é que passamos de vanguarda para grandiosos velhinhos – mas velhinhos bastante confiantes, suponho.”

A agilidade do punk

Em outro momento da conversa, Nick Mason reconheceu algumas das virtudes do punk. Curiosamente, o movimento via bandas de sonoridade progressiva, a exemplo do Pink Floyd, como sua antítese.

“O que mais gostava no punk era a forma como as coisas eram feitas rapidamente. Era tudo mais direto. Acho que tentamos fazer isso em ‘Animals’, mas não acho que fizemos. Não pegávamos o primeiro take de gravação e seguíamos em frente. Ainda estávamos na ideia de fazer várias vezes até até obter algo útil disso.”

Pink Floyd e “Animals”

“Animals” foi lançado em 23 de janeiro de 1977. Décimo trabalho de estúdio do Pink Floyd, é conceitual, inspirado (não baseado) na obra “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell.

As letras fazem críticas à situação social, política e econômica do Reino Unido à época. A violência racial, altos índices de desemprego e inflação são abordados.

A capa mostra um porco inflável voando entre as chaminés da Usina Termelétrica de Battersea. A ideia de Roger Waters foi desenvolvida em conjunto com Storm Thorgerson e a agência Hipgnosis. Tornou-se presença marcante nos shows da banda e de seu líder em carreira solo.

Foi o único álbum completamente gravado no Britannia Row Studios, construído pela própria banda. Chegou ao 2º lugar na parada britânica e 3º nos Estados Unidos, vendendo cerca de 12 milhões de cópias em todo o planeta.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

1 COMENTÁRIO

  1. ¨As letras fazem críticas à situação social, política e econômica do Reino Unido à época. A violência racial, altos índices de desemprego e inflação são abordados.¨!!!!
    Quase a mesma relação e tópicos abordados no Brasil!!!! E o pessoal do Rock in Rio achando que protesto não tem nada a haver com a música, fala sério ou não entendem nada apenas de vender ingressos e afins!!!! A música serve para expor suas idéias, críticas e não expor apenas refrões melosos que vc vê muito em determinados estilos musicais(sertanejo universitário)!!!! A atitude punk que seria mesmo a de protestar está aí presente nos dias de hoje, não só na música mas também sobre determinados músicos que não cantam e tocam Punk, músicos que querem a mudança e coisas boas para o Brasil!!!! Valeu!!!!

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