A cantora Willow cresceu ouvindo heavy metal. Sua mãe, a atriz Jada Pinkett Smith, é vocalista do Wicked Wisdom, banda que chegou a tocar no Ozzfest em 2005 e se reuniu recentemente. Por isso, não é de se surpreender que seu trabalho tenha evoluído do pop punk que a revelou e agregado influências mais pesadas no álbum “Copingmechanism”.
Em entrevista à Guitar Magazine, a filha de Will Smith falou um pouco mais sobre seu background.
“Desde que nasci fui inspirada por nomes como Deftones, Lamb of God e Crowbar. Mas quando você começa tão cedo, sua mente ainda está se desenvolvendo de várias maneiras. Então você cresce e entende que precisa realmente se aplicar de uma maneira que talvez não tenha pensado. De qualquer modo, minha influência inicial foi minha mãe. Ela foi a primeira artista que realmente vi se apresentando ao vivo.”
Willow admite que não havia muita representação para servir de referência uma jovem negra em sua juventude. É algo que ela espera ajudar a fornecer para os jovens que estão descobrindo o rock e o metal hoje.
“Acho que a única razão pela qual homens brancos mais velhos ouvem essa música é porque o metal foi guardado quase como em um grupo secreto por muito tempo. Agora, novas pessoas estão vindo para dizer que não é assim que deveria ser. Rock é para todos. Vou trazer minha turma para o espaço e vamos vibrar como sempre fazemos… espero que os velhos brancos também façam isso.”
Willow e “Copingmechanism”
“Copingmechanism” será lançado no próximo 7 de outubro. No dia seguinte, Willow será a atração musical do programa “Saturday Night Live”. Recentemente a música “Memories”, parceria com Yungblud, foi incluída na trilha sonora do game NHL ’23, da EA Sports.
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Bom, algumas opiniões certamente geram polêmicas, mas eu acredito seriamente que ela desconhece muito da história. quantas bandas de metal tem negros como integrantes ou são formadas por negros? Claro que nem sempre o que eles tocam é o que ouvem e, minha narrativa se perde, mas cito exemplos claros de muitos negros que curtem metal de todas as idades. acho só que é mais uma narrativa de vitimismo da parte dela.
Consigo citar facilmente 50 bandas de metal formadas por homens brancos. Você consegue citar facilmente 50 bandas de metal formadas por músicos negros e 50 bandas de metal formadas por mulheres? Eu não consigo.
Quando vou a shows de metal, seja os maiores ou do underground, raramente vejo negros ou mulheres. Você os vê?
Concordo com o Igor. Sou negro, tenho o rock como meu estilo musical preferido há cerca de 40 anos. Quem é branco, não vai entender esses detalhes que Willow está dizendo, a menos que tenha um mínimo de sensibilidade e seja um bom observador, como Igor. Essa realidade que ela ciata, também se aplica ao cenário de rock no Brasil.
Um detalhe que muita gente talvez não tenha percebido, é que no caso brasileiro, acredito quem um dos fatores do rock estar fora dos holofotes, fora do mainstream é o fato dele não ter conseguido falar, por exemplo, com os jovens da periferia das grandes cidades, em sua maioria negros, o que aliás é a minha realidade, pois cresci na periferia daqui de Salvador. O que o rock brasileiro tem a dizer para esses jovens negros e pobres dos grandes centros urbanos?
Hoje tenho 53 anos, e aprendi a ter uma visão político-social através do punk rock, já lá nos anos 1980, na minha adolescência. Atualmente, quem cumpre esse papel com maestria é o rap. O rock, praticamente sumiu. Até os anos 2000, ainda tínhamos o Pavilhão 9, Charlie Brow Jr. e O Rappa, que conseguia fazer a ponte entre o rap e o rock, e conseguia dialogar com essa juventude das camadas populares. Hoje, a cultura das favelas, da periferia, das comunidades têm grande visibilidade, e isso ajuda ao rap estar em voga no Brasil. O rock brasileiro poderia estar inserido nesse contexto porque tivermos as bandas que citei que faziam muito bem esse diálogo. Infelizmente, não surgiram outras bandas no rastro das citadas. É evidente que deve existir nesse Brasil imenso bandas que façam esse diálogo, porém, não houve tempo suficiente para que essas bandas e artistas viessem à tona e chegasse para as grande plateias. Acho que poderia servir de pauta para matéria sobre o rock brasileiro e a ausência de diálogo com a juventude das camadas populares, formada em sua maioria por negros e mestiços.
Agradeço muito por seu relato, Sidney. Concordo plenamente com o que foi dito e vou além: o rock não está conseguindo dialogar com o jovem de forma geral, independentemente de origem social. Mas com o público da periferia, a distância é ainda maior. Uma pena, pois as bandas que você citou foram criadas por músicos da periferia e provocaram uma verdadeira revolução na cena brasileira. Tais lacunas precisam ser analisadas por todos nós, até mesmo para que se busque por mudanças.
Igor, por favor, não transforme o seu site em um whiplash.
Gosto muito da curadoria de conteúdos que vc faz e expõe aqui.
Esse papo vitimista não combina com o seu trabalho…
Abs!
Não há vitimismo. Inclusive, recomendo até deixar de usar essa expressão repleta de viés.
E você vai deixar de gostar do trabalho por conta de um ou outro conteúdo onde artistas falam coisas das quais você discorda? Mesmo?
Eu não sei quem é a jovem. Creio que fiquei muito tempo dentro do grupo secreto. Tuas matérias costumam ser melhores do que essa Igor. Sucesso sempre pra você e parabéns pelo trabalho.
Agradeço por acompanhar, mas uma matéria não é ruim só por você discordar da pessoa entrevistada.
Sim… Ja viu quantos brancos canotres de rap gangster tem?
A origem do gangsta rap está diretamente ligada a questões sociais. Não é o caso do heavy metal.