A emocionada homenagem de Brian May ao falecido Jeff Beck

Guitarrista do Queen publicou um vídeo de 5 minutos falando sobre seu colega e ídolo

O guitarrista Brian May publicou uma homenagem a Jeff Beck em seus canais sociais. O músico do Queen se prolongou por 5 minutos no tributo em vídeo, fazendo questão de exaltar sua admiração pelo lendário colega de instrumento, falecido na última terça-feira (10) aos 78 anos, em decorrência de uma meningite bacteriana.

Diz Brian no vídeo que ganhou o título “Pensamentos sobre a triste perda de um gênio da guitarra – e amigo. Jeff Beck”:

“Estou em um conflito hoje porque todo mundo quer falar sobre Jeff, é claro, e eles querem falar comigo, mas não estou com vontade de conversar com a imprensa e a mídia sobre isso. Acho que não me sinto pronto, é uma perda tão extraordinária e ele era uma pessoa tão extraordinária, é difícil lidar com o fato de não estar mais aqui, além de processar o que eu gostaria de dizer.

Jeff era completamente e totalmente único. O tipo de músico impossível de definir. Ficava absolutamente maravilhado com ele. Era apenas alguns anos mais velho que eu, somos da mesma região, mas ele foi um herói para mim o tempo todo, fazendo coisas que eu meio que sonhava em fazer. Quando eu estava na escola, ele já estava lá em cima, no The Tridents e depois no The Yardbirds, fazendo coisas extraordinárias e sendo uma grande inspiração para eu tentar fazer o mesmo… não o mesmo, mas me dar uma voz do jeito que ele tinha.

Se você quiser ouvir sua profundidade de emoção, som, fraseado e a maneira como ele pode tocar sua alma, ouça ‘Where Were You’ do álbum ‘…Guitar Shop’. Apenas pesquise ‘Where Were You Jeff Beck’ no Google, sente-se e ouça por quatro minutos: é inacreditável, possivelmente a música de guitarra mais bonita já gravada, provavelmente ao lado de ‘Little Wing’ de Jimi Hendrix. Tão sensível, tão bonita, tão incrivelmente criativa e diferente de tudo que você já ouviu em qualquer outro lugar. Sim, claro que ele também teve suas influências, mas trouxe uma voz incrível para o rock que nunca, jamais será emulada ou igualada.”

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A seguir, o eterno colega de Freddie Mercury, Roger Taylor e John Deacon se aprofundou no lado mais pessoal da relação.

“Ele veio da minha área, então era como um garoto local. Eu o vi tocar tantas vezes e sempre ficava com o queixo no chão, pensando: como ele faz isso? Muitas vezes penso que deve ter sido como estar perto de Mozart, ver aquele gênio incrível em ação e me perguntar de onde isso poderia vir, como podia ser tão bom? Se você estivesse com Jeff, se você estivesse perto da casa dele, ele sairia da garagem, tendo estado embaixo de um de seus carros nas últimas horas, com os dedos cobertos de graxa e sujeira, parecendo que tinha acabado de rastejar para fora de uma vala em algum lugar. Então pegava o violão e essa música linda, linda e sensível saía.

Acho que eu era muito tímido, não sabia muito como falar com ele, porque não conseguia acompanhá-lo direito, não era uma pessoa fácil para mim… talvez porque eu o admirasse tanto … mas eu nunca estava à vontade e escrevi uma música para ele, bem, escrevi uma música sobre ele, chamada ‘The Guv’nor’, para um de meus álbuns solo, ‘Another World’, de 1998. Ele veio ao meu estúdio, tocou comigo, nós rimos e ele tocou umas coisas incríveis: de novo, meu queixo caiu. Eu realmente não conseguia pegar uma guitarra quando ele estava na sala porque ele era tão incrível que eu só queria assistir e ouvir. Então ele tocou na faixa e disse, ‘Oh, sim, tanto faz’. E acho que nunca poderia colocar em palavras exatamente o quanto o reverenciei, espero ter dado a ele a foto. Não sei se ele sabia!”

Brian finaliza.

“Sinto que não fui um amigo bom o suficiente para ele e isso é uma daquelas coisas que acontece. Eu suponho, particularmente neste caso, que muitas vezes eu poderia ter telefonado. E eu gostaria, para ser um amigo adequado. Mas Jeff Beck é tão único, tão influente, em todos os guitarristas que já conheci na minha vida. A perda é incalculável, é tão triste não tê-lo mais no mundo. Ainda não consigo calcular isso na minha cabeça, então isso é o máximo que posso fazer no momento.

Estava ouvindo ontem à noite meus antigos álbuns do Yardbirds, que foi a primeira vez que ele meio que começou a divulgar o que poderia fazer – ‘Over, Under, Sideways, Down’… ouçam essa – e ‘Shapes Of Things’… oh meu Deus, quando você chega ao solo na versão original é como se a música decolasse como um foguete espacial, ninguém nunca tinha ouvido algo assim antes. Em vez da guitarra soar como uma guitarra, parecia algo entre uma cítara e algum estranho instrumento de sopro, basta ouvir: me surpreendeu na época, foi uma das principais coisas que me fez ter vontade de tocar guitarra e levá-la como uma carreira.

Ele era selvagem, não quantificável e extraordinariamente difícil de entender, mas um dos maiores gênios da guitarra que o mundo já viu e verá. Deus o abençoe, Jeff, sentirei sua falta.”

https://www.instagram.com/p/CnUT5vNhuB4/

Sobre Jeff Beck

Considerado “o guitarrista dos guitarristas”, Jeff Beck é um dos nomes mais influentes da história do instrumento. Mesmo não tendo alcançado o mesmo sucesso de alguns dos seus pares, se destacou pelas inovações sonoras a que se propôs – justamente por ter uma carreira mais livre.

Possui duas induções ao Rock and Roll Hall of Fame: com o The Yardbirds em 1992 e como artista solo em 2009.

*Foto: Raph_PH / CC BY 2.0

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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