Rick Rubin tem uma extensa lista de artistas e bandas com quem colaborou ao longo de sua carreira. O produtor musical já esteve à frente de trabalhos do Beastie Boys, Slayer, AC/DC, Red Hot Chilli Peppers, System of a Down, Rage Against the Machine, Audioslave, Metallica, entre vários outros nomes.
Levando em consideração os seus anos de experiência, ele revelou qual é o melhor baixista de todos os tempos em sua opinião para a revista Mojo (via NME): Paul McCartney.
“Eu pensei em como tudo o que eu já vi relacionado aos Beatles é sobre a composição ou a Beatlemania. Com Paul McCartney, ou é Paul, o baixista, ou Paul, o músico, porque ele toca tudo, mas essa é só uma parte da história. Você apenas pensa nele como um dos Beatles, mas na minha opinião, ele é o melhor de todos os baixistas, ele é o número um.”
Rick Rubin e Paul McCartney
Os dois protagonizam juntos a minissérie documental “McCartney 3,2,1” (2021), disponível no Star +, que mostra Rubin e McCartney conversando sobre seus feitos na música. Ao passar esse tempo com o artista, o produtor ficou maravilhado com o seu jeito simples de compor.
“O que me impressionou foi quando ele se sentou ao piano e começou a me mostrar como compor uma música. Ele dizia: ‘veja, você pode fazer assim’. O que ele estava me mostrando era uma coisa muito simples, mas então ele começou a mover um pouco os dedos e isso de repente evoluiu para ‘Hey Jude’ ou ‘Let it Be’. Ele usa essa técnica que qualquer criança poderia executar, porém ela se transforma em uma das maiores músicas de todos os tempos.”
Os melhores baixistas para Macca
Obviamente, Paul McCartney não se elegeria o melhor baixista do mundo. Mas suas escolhas para o posto também são curiosas. Em entrevista ao Music Radar, ele citou seus favoritos: James Jamerson e Brian Wilson (Beach Boys).
Jamerson é amplamente desconhecido do grande público, mas suas obras são bem famosas. O baixista fazia parte da banda da gravadora Motown e boa parte de seus trabalhos não foram creditados oficialmente, pois a empresa não listava seus músicos de apoio até o ano de 1971. Sabe-se, porém, que ele trabalhou com Marvin Gaye, Four Tops, The Temptations, The Supremes, Martha and the Vandellas, entre outros.
“Quando os Beatles começaram, eu tinha um pouco de conhecimento, mas era muito amador. Comecei a ouvir outros baixistas. Motown… James Jamerson virou meu herói, de verdade. Eu não sabia o nome dele até pouco tempo atrás. Ele e Brian Wilson foram minhas maiores influências. James Jamerson por ser tão bom e tão melódico, Brian porque ele ia para caminhos menos usuais.”
Ao ser perguntado se deixou o baixo mais “aceitável” enquanto instrumento, Macca compartilhou o crédito com o ídolo.
“Acho que James Jamerson, ele e eu, dividiríamos o crédito lá. Eu roubei muito dele. O baixo se tornou um instrumento mais ‘funky’. Era quase como uma bateria em termos de possibilidades rítmicas. Era muito empolgante e me dava algo para me manter interessado no baixo.”
Sobre o “rival” Brian Wilson, Paul disse:
“Se estavam tocando em Dó, Brian ficava muitas vezes em Sol, só para segurar o todo. Fazia perceber o poder que um baixista tem na banda. A banda toda pode estar em Lá, você fica em Mi, e na verdade é você quem está os controlando. Eu ficava particularmente interessado em tocar baixo. Levei para além disso. Eu pensava: ‘se você pode fazer isso, o que mais você pode fazer?’ Você pode até tocar notas que não estão no acorde. Comecei a experimentar usando sétimas em vez das notas regulares, ou até uma pequena melodia por trás dos acordes que não existe em nenhum outro lugar. Era a ideia de uma melodia independente.”
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