O clipe de “Criminal” é um dos mais famosos da década de 1990 e foi responsável em parte por transformar Fiona Apple em uma estrela. Entretanto, não demorou muito para a cantora demonstrar sua insatisfação com o vídeo.
Em entrevista ao Washington Post no ano de 1999 (via Far Out Magazine), Apple disse:
“Esquece o fato de que eu estava de roupa de baixo, eu achei cafona. Eu não parecia comigo mesma. Meio que arruinou aquela música para mim. Sem ofensa a Mark Romanek – bem, acho que ofendendo sim –, eu tenho problemas com esse vídeo agora.”
Dirigido por Romanek, que havia trabalhado com Madonna, Lenny Kravitz e Nine Inch Nails até então, o clipe apresentava a cantora, então com 19 anos, em uma imagem semelhante ao heroin chic em voga no meio dos anos 90. Na mesma entrevista ao Washington Post, Apple fala sobre como estava desconfortável desde o início.
“Eu tinha problemas com o clipe quando estava sendo feito, mas não conseguia admitir para mim mesma. Eu tinha feito dois clipes e não foi legal, todo mundo sabia que dava pra tirar algo melhor de mim. E veio a mim como: ‘seria ótimo se você fizesse isso com Mark Romanek, os vídeos dele passam na MTV’. E eu pensei, sim, terei meu clipe sendo exibido.”
A ideia do clipe de “Criminal”
Na época do lançamento do clipe, Fiona Apple explicou à MTV seu raciocínio por trás do conceito:
“Estou tratando o público assistindo ao clipe da mesma maneira que a personagem na canção trata um homem: ‘Olhe para mim, veja o quão bonita eu sou. Eu não preciso te dar nada além porque olha como sou bonita. E olhe como sou bem-sucedida, o quanto poder posso ter só deixando essa luz brilhar em mim de certa maneira’.”
Contudo, Apple depois contou ao Washington Post seu desconforto com o guarda-roupa escolhido pela produção, consistindo principalmente de roupa íntima:
“E tudo que posso pensar é: eu sou uma garota adolescente.”
O sucesso de Fiona Apple
O single “Criminal” ajudou a alavancar o álbum de estreia de Fiona Apple, “Tidal”, lançado em 1996, a 2,7 milhões de discos vendidos nos Estados Unidos.
Desde então, a cantora lançou apenas quatro discos. O mais recente, “Fetch the Bolt Cutters”, foi reconhecido pela crítica especializada como uma obra-prima e acabou premiado com dois Grammys: Melhor álbum alternativo e Melhor performance de rock (com a música “Shameika”).
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