A opinião de Jimi Hendrix sobre Pink Floyd e rock psicodélico

Lendário guitarrista morreu em setembro de 1970, antes de a banda se tornar um fenômeno mundial

Jimi Hendrix faleceu em 18 de setembro de 1970. Exatamente duas semanas depois, o Pink Floyd lançaria o álbum “Atom Heart Mother”. O disco foi o primeiro da banda a alcançar o topo da parada britânica. Sob a batuta de Roger Waters, o grupo se tornaria um fenômeno de vendas em todo o planeta nos anos seguintes.

Mesmo não tendo presenciado o auge do quarteto, Hendrix teve tempo de formar opinião sobre seus passos iniciais. E não gostou, como contou ao jornalista Steve Barker em 1967 – quando Syd Barrett ainda era a peça central do conjunto.

“Ouvi dizer que o show deles tem belas luzes, mas o som não me diz nada. Odeio quando falam tanto desse negócio psicodélico, quando na verdade, apenas estão tocando ‘Johnny Be Goode’ de forma desafinada com holofotes piscando. É terrível. O cara cantando ‘I love you baby’ enquanto o instrumental parece um carro atropelando um gato.”

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Jimi Hendrix muda de opinião sobre o Pink Floyd

O Pink Floyd foi uma das atrações de abertura de Jimi Hendrix em sua turnê britânica daquele ano. Também participaram da excursão o Amen Corner e o The Move, entre outros.

Talvez tenha sido neste período que a opinião do ícone de Seattle tenha mudado, como capturado pelo canal The Narrative Art e transcrito pelo Rock and Roll Garage.

“Eles estão fazendo um tipo diferente de música, uma coisa mais espacial. Quero dizer, o espaço interior. Você sabe, tecnicamente eles estão adquirindo elementos eletrônicos e tudo mais. Às vezes é preciso deitar em um local sozinho e relaxar para apreciá-los, você sabe.”

Em outra entrevista pouco antes de falecer, concedida ao Melody Maker, Hendrix chegou a se referir ao Pink Floyd como “os gênios loucos de sua era”.

David Gilmour sobre Jimi Hendrix

Curiosamente, David Gilmour assistiu o colega de instrumento antes de sua consagração, como contou à BBC Radio 2 no programa “Tracks of my Years” – novamente em transcrição do Rock and Roll Garage.

“Fui a um clube no sul de Kensington em 1966. Esse garoto subiu no palco com Brian Auger e o Trinity. Começou a tocar com a guitarra ao contrário do convencional, como canhoto que era. Eu e todo o lugar ficamos de boca aberta. No dia seguinte fui à loja de discos, mas ainda não tinha nada gravado por ele. Sendo assim, virei fã enquanto ainda aguardava seu primeiro álbum.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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