Desde o momento em que o Nirvana começou a fazer sucesso, diversos jornalistas, músicos e até mesmo fãs questionam as habilidades de Kurt Cobain, falecido em 1994, como guitarrista. Para muitos, o frontman da banda não era um bom instrumentista.
O produtor Steve Albini, que trabalhou com o Nirvana no álbum “In Utero” (1993), fez questão de desmistificar essa história em entrevista ao podcast Cobras & Fire, com transcrição do Ultimate Guitar. Havia, sim, uma sonoridade mais desleixada no cerne do grupo, mas nada era tocado de forma errada, segundo ele.
“Eles faziam muitas turnês, já estavam tocando há algum tempo enquanto banda. As músicas do ‘In Utero’ estavam bem ensaiadas, fizeram demos em um pequeno estúdio no Rio de Janeiro quando tocaram lá. Não havia muita dúvida quando eles entraram em estúdio: eles estavam executando o que estava pronto. Tudo foi feito muito rapidamente e eles estavam muito preparados.”
Em seguida, o entrevistador citou as críticas que Kurt Cobain sempre sofreu por, supostamente, não ser um bom guitarrista. Mencionando que guitarristas desleixados não têm tanta atenção nos arranjos quanto Cobain tinha, Albini declarou:
“Ele tinha um senso específico relacionado à dinâmica da música. Quando é para soar sombrio, ele toca com intensidade emocional. Se é para ser explosivo, ele vai para o volume 11. Ele simplesmente prestava atenção quando fazia os arranjos e compunha as músicas, separando as partes mais melódicas das grandiosas.”
Ainda de acordo com Steve Albini, embora tenha cometido suicídio em 1994, Kurt Cobain parecia muito feliz durante a produção de “In Utero”.
“Lembro de quando a filha dele (Frances Bean) nasceu. Ele estava radiante na presença dela. Não acho que eu tenha visto uma pessoa mais feliz por qualquer coisa na vida como ele brincando com a filha.”
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