Roger Waters explica por que não vai parar de falar sobre política

Músico entende que uma pessoa não engajada jamais poderia ter criado as obras que fez com o Pink Floyd e na carreira solo

Já está muito claro que a máxima de “não misturar música com política” não pode ser atribuída a Roger Waters. Se formos analisar a fundo sua carreira, a situação é essa desde o momento que o músico assumiu o controle das ações do Pink Floyd, na virada dos anos 1960 para os 70. Porém, a situação ganhou força em anos recentes.

O fato é que a carga de conteúdo político-social sempre foi alta no trabalho do britânico. Podemos até discutir por que isso não parecia incomodar tanto gerações posteriores, mas o fato é que sempre esteve lá. Sendo assim, não peça para que ele deixe esse aspecto de lado ou amenize seus posicionamentos.

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Em um trecho da recente entrevista ao jornal alemão Berliner Zeitung, o artista reafirmou não pretender se conter para agradar o público.

“Sou quem eu sou. Se eu não fosse essa pessoa com fortes convicções políticas, não teria escrito ‘The Dark Side of the Moon’, ‘The Wall’, ‘Wish You Were Here’, ‘Amused to Death’ e todas as outras coisas.”

A atual turnê de Waters, “This is Not a Drill”, é mais um exemplo de que o protagonista não está disposto a mudar. Os shows exibem mensagens que condenam as ações de vários líderes mundiais, incluindo o presidente estadunidense Joe Biden, rotulado “criminoso de guerra”.

Paralelamente, Roger escreveu recentemente uma carta aberta ao presidente russo Vladimir Putin, instando-o a se comprometer com um cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia. Em outra carta aberta, dirigida à primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, Waters acusou “nacionalistas extremistas” de “colocar o país no caminho para esta guerra desastrosa”.

Recentemente, o músico discursou na reunião do Conselho de Segurança da ONU, novamente conclamando a busca por uma solução pacífica ao atual conflito. Também criticou abertamente a indústria militar da guerra, que busca lucro sem se preocupar com vidas ou o meio-ambiente.

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Roger Waters, música e política

Em 2018, durante entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, Roger Waters já havia abordado a questão de parte do público criticar a mistura de música e política.

“Se vocês, meus fãs, acham que músicos devem apenas tocar suas músicas… É obviamente apenas errado. Não, não devemos. Nós temos responsabilidade como seres políticos e também como músicos. Eu acredito que todos os artistas, não interessa qual tipo de arte você faça, todos têm responsabilidades de usar a arte para expressar ideias políticas e criar demandas em favor dos direitos humanos para todo.”

E ainda complementou:

“Francamente, para as pessoas que comentaram na minha página do Facebook ‘cala a boca e apenas toca a música’. Se você não gosta, não entre no meu Facebook, não vá aos meus shows, ok? Se não gosta, não venha! Tudo isso é ridículo.”

Mensagem no telão

Uma mensagem de mesmo teor tem sido usada no início das apresentações da turnê atual. Antes mesmo da primeira canção – uma versão reimaginada de “Comfortably Numb” – o telão avisa:

“Se você é uma daquelas pessoas, que diz: ‘eu amo Pink Floyd, mas não suporto as mensagens políticas’, seria bom cair fora agora e ir para o bar.”

Vale citar que o “cai fora” contava com um “fuck off” ressaltado com uma parada estratégica no pronunciamento. Não há tradução que dê significado no português sem desvirtuar a fala, então a expressão funciona como uma bengala provocativa.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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