Após o sucesso estratosférico do álbum “Hysteria” (1987), o Def Leppard não pôde contar com os serviços do produtor Mutt Lange para o trabalho seguinte, “Adrenalize” (1992). Um dos motivos foi que o sul-africano estava exercendo a função em “Waking Up the Neighbours” (1991), de Bryan Adams.
À época, Joe Elliott não assimilou muito bem a escolha e chegou a criticar publicamente o disco do cantor canadense, dizendo que ele soava demais como o que sua banda havia feito alguns anos antes. Durante recente entrevista ao podcast The Mitch Lafon and Jeremy White Show (transcrita pelo Ultimate Classic Rock), o frontman reconheceu ter se exaltado além da conta.
“Essa declaração me colocou em encrencas. Realmente achei a sonoridade parecida demais, mas não precisava ter falado aquilo. Bryan ficou chateado. E com razão. Talvez eu também tenha sido motivado por um pouco de ciúmes, pois era um ótimo álbum.”
A situação não era exatamente uma novidade tendo em vista os métodos de Lange. “High ‘n’ Dry” (1981), segundo disco do Leppard e primeira parceria com o produtor, tinha elementos que remetiam ao AC/DC, com quem ele recém havia trabalhado.
“Quando fomos gravar, Mutt colocou a bateria de Rick Allen exatamente onde estava a de Phil Rudd, com os mesmos microfones para captar o áudio. Provavelmente usamos os mesmos gabinetes e amplificadores que Angus e Malcolm Young. Então, se alguém diz que ‘High ‘n’ Dry’ soa como ‘Highway to Hell’, está certo, não há contestação.”
Sem tretas
Quanto à relação com Bryan Adams, Joe Elliott garante estar tudo resolvido há um bom tempo.
“Falei um pouco demais e já me desculpei profusamente com Bryan muitas vezes desde então. Ele poderia facilmente ser o cantor do Def Leppard. Há uma polinização cruzada porque ele é um artista pop-rock e trabalhou com o mesmo produtor que nós. E somos uma banda pop-rock.”
Bryan Adams vs. Def Leppard
No “confronto direto” entre as obras, “Waking up the Neighbours” bateu “Adrenalize” de goleada. O disco de Bryan Adams vendeu mais de 16 milhões de cópias em todo o planeta, enquanto o do Def Leppard ficou na casa dos 7 milhões – ainda um belo desempenho, mas bem abaixo dos 25 milhões de “Hysteria”.
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