O Last in Line surgiu de forma arrasadora com o álbum “Heavy Crown”, em 2016. A reunião dos instrumentistas que gravaram os primeiros álbuns do Dio não apenas trouxe um sentimento nostálgico aos apreciadores, como também ofereceu toda uma nova gama de possibilidades. O vocalista Andrew Freeman não era um mero clone do saudoso Ronnie James Dio, como também injetava nova energia na experiente formação.
Antes mesmo de o disco sair, a banda sofreu grande abalo com a morte do baixista Jimmy Bain em meio ao cruzeiro “Hysteria on the High Seas”, do Def Leppard. Phil Sousan (ex-Ozzy Osbourne, Billy Idol, Vince Neil e Beggars & Thieves) assumiu a função e o grupo seguiu em frente. “II” saiu em 2019 e, apesar de alguns bons momentos, foi um decréscimo de qualidade em comparação ao debut.
Agora, o quarteto chega a sua terceira obra. De cara, podemos testemunhar que “Jericho” é o esforço mais pesado da discografia. Vivian Campbell se mostra inspirado em alguns dos riffs mais agressivos que compôs em toda a carreira. Aliás, a despeito das desavenças, fica claro que o Dio perdeu muito com sua saída, já que nenhum outro conseguiu exercer a função com a mesma qualidade. A cozinha, que conta com Soussan e o sempre correto Vinny Appice, faz sua parte sem maiores atropelos.
Mas, novamente, é o nome menos festejado que faz a diferença. Andrew Freeman sabe dosar sua voz com total destreza, reconhecendo limitações e oferecendo um timbre bastante agradável. Pode nunca entrar em uma lista dos maiores cantores do rock/metal, mas consegue transmitir emoção e envolver o ouvinte de maneira eficiente, jamais comprometendo e deixando o caminho livre para o dono da bola derramar sua competência nas seis cordas.
Outro aspecto importante é que, apesar da inevitável associação à banda que serviu como base para o reencontro, as canções não são meras peças saudosistas. O hard rock quase metálico aqui presente tem sonoridade moderna, de acordo com o que se espera daqueles que se aventuram pela proposta sem desvirtuar os aspectos clássicos.
Destaque individual para o brilho coletivo em “Ghost Town”, melhor momento do tracklist. Não dá para deixar de citar também a levada impecável de “Bastard Son”, a rifferama certeira de “Do the Work” e a acelerada “Hurricane Orlagh”, já conhecida do EP “A Day in the Life”, disponibilizado ano passado. A sequência “Walls of Jericho”, “Story of My Life” e “We Don’t Run” é um 3-hit combo com verdadeiros shows particulares de Vivian.
Após uma leve escorregada em “II”, o Last in Line mostra força de reação e oferece seu melhor trabalho em “Jericho”, álbum digno de figurar nas listas de melhores do ano – e recém estamos saindo de março. Vale a conferida. Apenas não espere um Dio cover. A ligação é inegável, mas os envolvidos nas duas bandas seguiram em frente.
Ouça “Jericho” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.
O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!
Last in Line – “Jericho”
- Not Today Satan
- Ghost Town
- Bastard Son
- Dark Days
- Burning Bridges
- Do The Work
- Hurricane Orlagh
- Walls Of Jericho
- Story Of My Life
- We Don’t Run
- Something Wicked
- House Party At The End Of The World
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Facebook | YouTube.