Em novembro de 2019, após quase 30 anos de atividade, o Skank anunciou que realizaria uma turnê de despedida. De acordo com comunicado na época, a decisão foi tomada em conjunto pelos integrantes, sem quaisquer brigas, para que vivessem novos desafios e outras formas de realização para além do grupo.
Samuel Rosa reforçou esse argumento durante entrevista de 2023 ao site Omelete. O vocalista e guitarrista disse que, com tantos anos ininterruptos na estrada, a banda – também composta por Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo) e Haroldo Ferretti (bateria) – percebeu que era hora de parar e procurar caminhos distintos, pois só assim sairiam da zona de conforto.
“Depois de 30 anos de carreira sem interrupção, de uma história sólida, achamos que seria um bom momento para uma parada, para cada integrante seguir um caminho diferente da carreira. E entendemos que era o momento de cada um devolver para a música tudo o que ela nos deu durante todos esses anos. Nossa decisão é realmente baseada nessa vontade de cada um seguir um caminho diferente.”
Como explicou, é natural que haja um “frio na barriga”, já que os integrantes passaram muitos anos tocando juntos e tendo o apoio um do outro. Ainda assim, ele considera esse “obstáculo” necessário.
“Uma carreira tão longa, precisa de um descanso. Claro que dá um frio na barriga porque não teremos o background da banda. Será um baita desafio, mas as mudanças fazem a gente dar um passo à frente.”
Skank “não oferece mais riscos”
Ficar tantos anos numa mesma banda pode ser mortal para uma carreira, nas palavras de Samuel Rosa. À Folha de S.Paulo em 2019, ele declarou que o Skank já não proporcionava mais experimentações para os integrantes e, mesmo com o grupo em alta, não fazia sentido continuar.
“É arriscado viver a vida sem correr riscos. O Skank já não oferece mais riscos. É muito cômodo. Você repete muitas vezes com medo do novo, mas você não percebe que é nesse amparo que você está se sufocando, morrendo. Nesse sentido, várias bandas já morreram, mas nem sabem disso e continuam existindo. Muita gente acha que longevidade é sinônimo de sucesso, mas às vezes é simplesmente uma falta de assunto.”
O legado, segundo Samuel Rosa
Conversando com a revista Quem no ano passado, Samuel Rosa revelou acreditar no potencial individual de cada um dos membros do Skank, que planejam projetos solo. Inclusive, o próprio vocalista destacou o desejo de continuar na estrada após a turnê de despedida da banda – que acaba no dia 26 de março, no Mineirão, em Belo Horizonte.
Nada impede que, em algum momento do futuro, o grupo volte a se reunir, segundo o músico. Independentemente disso, em sua opinião ao Omelete, o Skank deixa como legado as músicas, que continuarão vivas junto ao público.
“Acredito que compartilhar nossas músicas com o grande público brasileiro é o nosso grande e maior orgulho. Os nossos fãs são nossos verdadeiros parceiros de caminhada. O mais importante para nós é que as nossas músicas tenham um sentido na vida das pessoas. Esse é o nosso legado. O carinho dos fãs é o combustível maior de uma banda. É muito gostoso olhar para trás e lembrar dos nossos feitos, das nossas velhas histórias, dos shows. Isso é um deleite. O passado é o nosso grande patrimônio.”
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O Rolling Stones é um exemplo de que o Skank ainda teria muitos e muitos anos na ativa. Sinceramente, eu não acredito nesse negócio de “sair da zona de conforto”. Acho que, quem quer sair fora, sai e pronto. Assim é o rock’n’roll! Dinâmico e sem sequelas!
Acho que o Skank vai ficar devendo uma explicação sincera para seu público. Infelizmente, aí será um problema só deles daqui pra frente. ♂️
Talvez o “solo” sonhado renda um dinheiro, mas pode render também o anonimato.
Sorry, guys! It’s up to you!