Faz um mês que Canisso nos deixou. O baixista do Raimundos morreu no último dia 13 de março, aos 57 anos.
Agora, seu companheiro de banda, Digão se abriu sobre a perda. Em entrevista a Jair Bloch (transcrição via Tenho Mais Discos Que Amigos), aproveitou para esclarecer o que realmente aconteceu com o colega.
As primeiras reportagens sobre a morte de Canisso atribuíram a causa a uma lesão na cabeça após um desmaio. Entretanto, Digão corroborou uma informação publicada posteriormente pela revista Quem de que o baixista teria sofrido um infarto.
“Saiu uma coisa na imprensa que foi um acidente doméstico e tal mas na verdade, infelizmente, ele teve um ataque cardíaco fulminante e quando aconteceu o lance de ter batido a cabeça, não influenciou em nada no que aconteceu, o pessoal tentou realmente salvar. Ele desmaiou, ele caiu assim, ele apagou. É até uma coisa que pra gente assim, você sente que o cara não sofreu, imagina… Toda hora eu lembro, na hora que o filho dele me ligou desesperado, cara, minhas pernas tremeram.”
O atual líder do Raimundos ainda contou que Canisso teve o socorro adequado na hora do infarto. Contudo, não resistiu a tempo de chegar no hospital.
“E aí foi isso, infelizmente… ele teve toda a ajuda, o pessoal do condomínio é treinado, eles têm até máquina de reanimar, fizeram massagem cardíaca até o SAMU chegar e conseguiram fazer com que o coração batesse de novo, mas depois que ele entrou na ambulância já parou de novo e ele chegou no hospital e não teve jeito, foi assim. Ele foi socorrido quando ele teve, parou, o pessoal massageou para continuar oxigenando o cérebro e tal e aí o SAMU, que eu acho que eles têm injeção, injeção de adrenalina e tal, ele voltou mas já estava muito machucado por dentro.”
Quanto a homenagens a Canisso, Digão disse que o Raimundos tem uma ideia de como realizar um tributo e deu pistas de que mais alguém estará envolvido.
“Uma pessoa muito ligada ao Raimundos e importante para a música do Brasil quer fazer algo muito bacana”.
Confira a entrevista completa abaixo.
Canisso e Raimundos
José Henrique Campos Pereira, o Canisso, nasceu em 9 de dezembro de 1965, na cidade de São Paulo. Sua família se mudou para o Rio de Janeiro quando ele tinha 9 meses de idade, indo para Brasília em seguida quando o então garoto tinha 3 anos. Ele residiu na capital federal até a adolescência.
Após um período em São Paulo, retornou a Brasília, cidade onde o Raimundos foi criado em 1987. Com influências do punk rock e da música nordestina, o grupo se consolidou com Rodolfo Abrantes nos vocais, Digão na guitarra e Fred na bateria, além de Canisso no baixo.
Ao longo da década de 1990, o Raimundos se tornou uma das maiores bandas de rock do Brasil. Discos como a estreia homônima de 1994, “Lavô Tá Novo” (1995) e “Só no Forévis” (1999) venderam milhões de cópias, rendendo hits como “Mulher de Fases”, “A Mais Pedida”, “Me Lambe”, “Eu Quero Ver o Oco”, “I Saw You Saying (That You Say That You Saw)”, “Selim” e “Puteiro em João Pessoa”.
Canisso fez parte da banda até 2002, quando saiu pouco tempo após o vocalista Rodolfo Abrantes ter deixado a formação. O músico, que chegou a integrar o Rodox com Abrantes no período em sequência, retornou ao grupo que o consagrou em 2007, sendo um dos integrantes com maior tempo de permanência além do vocalista e guitarrista Digão.
Nos últimos anos, o Raimundos tem sido alvo de críticas após posicionamentos políticos manifestados por Digão, que chegou a comparar a situação de pandemia no Brasil com “amostra grátis de comunismo”. Canisso chegou a dizer em entrevistas que a banda estava suspensa por toda a confusão, que também se desencadeou em provocações do frontman a outros músicos brasileiros como Tico Santa Cruz (Detonautas Roque Clube) e João Gordo (Ratos de Porão), mas também saiu em defesa do colega ao dizer que, apesar do erro, uma retratação foi publicada.
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