Acompanhada da ascensão do grunge, a década de 1990 chegou com uma ameaça às carreiras das gigantes do hard rock oitentista. Em meio a nomes gigantes como Bon Jovi e Mötley Crüe, o Cinderella até conseguiu boas vendas, mas não estourou como outros colegas de movimento – e acabou sofrendo bastante no momento de crise.
Em entrevista para o livro “Nöthin’ But a Good Time: A História Completa e Sem Censura do Hard Rock Anos 80”, lançado no Brasil pela editora Estética Torta, o empresário do grupo, Larry Mazer, relembrou o período de dificuldades. Ele ainda explicou o curioso motivo que não permitiu, em sua visão, a manutenção do estrelato do Cinderella: falta de polêmicas e ausência nos tabloides.
“Vendemos três milhões de cópias do álbum ‘Night Songs’ (1986) e três milhões de cópias do ‘Long Cold Winter’ (1988). Até batemos a marca de um milhão com o ‘Heartbreak Station’ (1990), mas não nos tornamos o verdadeiro sucesso de bilheteria que Poison, Ratt, Bon Jovi e Mötley Crüe se tornaram. Acho que porque o Cinderella era mais como o Dokken ou o Great White, porque certamente não eram feios, mas não jogavam com aquela coisa do showbiz, Hollywood, tabloides.”
Mazer ainda se aprofundou em seu argumento de que faltou uma atitude rockstar por parte dos integrantes da banda.
“Infelizmente, por nunca terem se tornado astros do rock em suas próprias mentes, os caras do Cinderella não desenvolveram esse estilo de vida, de uma forma que os impediu de se tornarem ainda maiores. Você nunca os viu nos bastidores dos shows de outras bandas, nunca os viu sofrendo um acidente de carro ou algo assim. Tom (Keifer, vocalista e guitarrista), mesmo sendo um astro do rock, nunca agiu como um. Ele morava com a esposa em Cherry Hill, Nova Jersey, em uma bela casa a um quarteirão do meu escritório.”
Combinação de problemas
Na mesma entrevista, foram apontados outros problemas internos da banda durante a década de 1990. Como protagonista do caos está o álbum “Heartbreak Station” (1990), que não atingiu a repercussão esperada, além do cancelamento de uma turnê e um problema neurológico que paralisou as cordas vocais do frontman Tom Keifer.
No artigo “Conto de fadas sem final feliz: por que o Cinderella acabou – e nunca mais voltou” você confere, do ponto de vista do empresário e dos integrantes da banda, os diversos motivos que levaram ao fim da carreira do Cinderella.
Sobre o Cinderella
Fundado na Filadélfia em 1983, o Cinderella começou sua carreira com uma banda de covers e, depois de um tempo, conquistou um contrato com a gravadora PolyGram. Com os álbuns “Night Songs” (1986) e “Long Cold Winter” (1988), o grupo se tornou um dos maiores fenômenos do glam rock da década de 1980.
Inaugurando a nova década com o álbum “Heartbreak Station” (1990), o Cinderella enfrentou uma decadência comercial em meio a uma série de outros problemas. O último disco, “Still Climbing”, foi lançado em 1994. O grupo entrou em hiato no ano seguinte e passou a se reunir nos anos seguintes apenas para turnês esporádicas. O guitarrista Jeff LaBar faleceu em 2021, aos 58 anos.
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melhor e mais criminalmente subestimada banda daquela era, qualidade musical recheada de raizes autenticas e relevantes foram a receita de discos e canções maravilhosas e inesqueciveis para aqueles que apreciam um otimo rock n roll e põem a cultura acima dos preconceitos, parabéns pelo artigo