Dono de uma carreira que durou três décadas e mais de 60 discos, Cozy Powell foi um dos bateristas mais prolíficos da história da música; e também um dos mais diversificados.
Colin Trevor Powell nasceu em 29 de dezembro de 1947 em Cirencester, Gloucestershire, na Inglaterra. Filho de mãe pianista e pai trompetista, começou a tocar bateria ainda na adolescência; mesma época em que adotou o apelido pelo qual ficou conhecido no mundo da música, “Cozy”, devido à sua personalidade amigável e descontraída. Aos 17 anos, decidiu abandonar a escola para se dedicar inteiramente à música.
Ao longo de sua trajetória, Powell se tornou famoso por seu estilo técnico e poderoso, bem como por suas habilidades em improvisação. Ele participou de muitas gravações de sucesso com diversas bandas e artistas famosos, incluindo Black Sabbath, Rainbow e Whitesnake, entre outros.
Também lançou alguns álbuns solo, sempre acompanhado de músicos do mais alto gabarito — de Donovan, Roger Daltrey e Jack Bruce a Jeff Beck, Gary Moore e Brian May —, e teve um hit solo, “Dance with the Devil” — instrumental baseada na música “Third Stone from the Sun”, de Jimi Hendrix —, nas paradas britânicas em 1973.
Além de sua carreira na música, Powell também era entusiasta das corridas de carros e motocicletas, tendo competido em diversos grandes prêmios e eventos automobilísticos. Morreu justamente em um acidente de carro em 5 de abril de 1998, aos 50 anos de idade, deixando para trás um legado musical impressionante.
5 discos para conhecer Cozy Powell
The Jeff Beck Group – “Jeff Beck Group” (1972)
Frequentemente referido como o “Álbum da Laranja”, por causa da fruta que aparece com destaque na parte superior da capa, o quarto e último trabalho do Jeff Beck Group não está entre os mais festejados do guitarrista morto em janeiro deste ano. Mas, por trazer Powell — aqui parte da banda de apoio que contava com o vocalista Bobby Tench, o baixista Clive Chaman, e o tecladista Max Middleton — mais “groovado” do que nunca, merece abrir a presente lista.
Ao contrário do antecessor “Rough and Ready” (1971), 100% composto de originais, “Jeff Beck Group” dá ênfase à abordagem de contornos jazzísticos que se tornaria patente em lançamentos futuros de Beck e aos covers — incluindo uma versão de “I Can’t Give Back the Love I Feel for You”, do duo americano Ashford & Simpson, e “Glad All Over”, que o pioneiro do rockabilly Carl Perkins gravou para a trilha sonora do histórico longa-metragem “Jamboree”, em 1957.
Rainbow – “Rising” (1976)
Em 1996, Cozy Powell disse em entrevista à Record Collector que grande parte de “Rising”, segundo álbum de estúdio do Rainbow, foi gravado em uma ou duas tomadas, com alguns overdubs subsequentes. Isso, além de explicar por que não existem versões alternativas ou demo das seis faixas que compõem o repertório do disco, atesta a qualidade daquela que foi a melhor formação que a banda capitaneada pelo guitarrista Ritchie Blackmore já teve: nos vocais, Ronnie James Dio; no baixo, Jimmy Bain; nos teclados, Tony Carey; e, claro, Powell na bateria.
Embora todas as músicas de “Rising” sejam essenciais, a principal delas, sem dúvida, é “Stargazer”. O épico de mais de 8 minutos que abre o lado B do LP conta a história de um poderoso mago e sua tentativa de voar rumo às estrelas.
Só a virada de bateria de Cozy que abre a faixa já seria o bastante para imortalizá-la. Porém, é correto reconhecer que a presença da Orquestra Filarmônica de Munique, sob regência do célebre maestro Rainer Pietsch, torna a peça tão singular quanto.
Whitesnake – “Slide It In” (1984)
Existem duas versões deste que é o sexto álbum de estúdio do Whitesnake. A original foi lançada na Europa, enquanto a remixada, feita especialmente para o público norte-americano, também inclui baixo regravado e guitarras adicionais.
Como o repertório, salvo a ordem, é o mesmo e a bateria de Powell não sofreu grandes retoques por parte de Keith Olsen — que assina a chamada “US Mix” do disco —, tanto faz a versão que você ouvir.
Fato é que por mais que o registro original tenha chegado ao nono lugar nas paradas britânicas, foi o dos Estados Unidos que fez a banda estourar naquele que era o principal mercado consumidor de discos do mundo. Impulsionado por sucessos como “Love Ain’t No Stranger” e “Slow an’ Easy”, “Slide It In” vendeu mais de dois milhões de cópias naquele país e mais de seis milhões em todo o mundo, mostrando para o vocalista David Coverdale e cia. que o Glam Metal era, sim, o caminho a seguir.
Black Sabbath – “Headless Cross” (1989)
“Este é o disco mais importante da história do Black Sabbath e o primeiro em anos a se parecer com um disco do Sabbath”, disse Tony Iommi quando do lançamento de “Headless Cross” em 1989. De muitas maneiras, o décimo quarto álbum de estúdio dos pais do heavy metal simbolizou recomeços: foi o primeiro a sair após a assinatura do contrato com a tímida I.R.S. Records de Miles Copeland — que prometeu a Iommi prioridade máxima e total liberdade artística — e o primeiro a contar com Cozy, de quem Tony era amigo desde os anos 1970, na bateria.
O vocalista Tony Martin, que em “The Eternal Idol” (1987) somente cantara por cima do que a banda havia registrado previamente com Ray Gillen, ficou encarregado de escrever as letras. Daí o maior apanhado de versos apócrifos e ocultistas já presente num disco do Sabbath. Brian May, do Queen, é quem toca o solo de “When Death Calls”, na única vez em que outro guitarrista que não Iommi aparece em um disco do Sabbath.
A 31ª posição alcançada nas paradas britânicas fez de “Headless Cross” um dos maiores álbuns que o grupo teve na Europa e comprova aquilo que dizem os especialistas: este é seu melhor trabalho sem Ozzy Osbourne ou Ronnie James Dio nos vocais.
Yngwie Malmsteen – “Facing the Animal” (1997)
Do heavy da faixa-título ao hard de “Another Time” à emoção à flor da pele da balada “Like An Angel (For April)”, o último álbum do sueco voador passível de audição em sua totalidade. Também consiste no único registro de uma das melhores formações que a banda de apoio de Malmsteen já teve: Powell, o vocalista Mats Levén (atualmente no Vandenberg), o baixista Barry Dunaway e o tecladista Mats Olausson (Ark, Kamelot e muitos etc).
Lançado em 1997, “Facing the Animal” traz uma das últimas performances do baterista, que não viveria para ver o álbum se tornar objeto de culto e saudade dos fãs de Malmsteen. Embora tenha sido não mais do que um mero contratado, Powell foi capaz de imprimir sua marca; e o triatlo produção/engenharia de som/mixagem de Chris Tsangarides mais do que evidencia o quanto ele era preciso e diferenciado.
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Stargazers é um som que me traz boas lembranças, uma das melhores do Rainbow!!!! Muito bom essa matéria, vc tem horas que acaba analisando mesmo as bandas em que Cozy tocava, era uma magia e tanto com a junção de grandes vocalistas e a técnica de Cozy!!!! Cozy foi um dos melhores bateras e ainda é, já que encontramso grandes pérolas em forma de vídeo e registros dele por aí, valeu!!!!