Jethro Tull promove viagem aos países nórdicos em “RökFlöte”

23º álbum de estúdio da banda chega menos de um ano e meio após seu antecessor, “The Zealot Gene”

Após ficar mais de duas décadas sem disponibilizar um álbum de músicas inéditas, Ian Anderson resolveu lançar dois em um período de 15 meses. Sim, o vocalista e flautista pegou sua banda solo, resgatou o nome Jethro Tull e segue a carreira se valendo do prestígio que ele proporciona. Do ponto de vista prático e cru, nada de errado. Caso houvesse, alguém já teria contestado de forma oficial.

The Zealot Gene” (2022) agradou a maior parte dos fãs. Especialmente aqueles que sabem que os flertes da banda com os lados mais pesados do rock – que renderam até mesmo uma vitória sobre o Metallica na categoria heavy metal do Grammy – são coisas do passado. O trabalho chegou ao 9º lugar na parada britânica, melhor posição de um play do grupo desde “Thick as a Brick”, 5º em 1972. Não é pouca coisa.

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E o dono da empreitada realmente parece ter gostado da experiência, tanto que não demorou para voltar ao estúdio. O resultado é “RökFlöte”, cujo conceito lírico é baseado nos personagens e papéis de alguns dos principais deuses do antigo paganismo nórdico. Obviamente, para conseguir realizar uma imersão maior na proposta, seria interessante realizar algum tipo de pesquisa sobre o tema. Porém, mesmo sem o know-how, dá para se deixar levar pelo som.

Musicalmente – e tendo em vista o comentado no parágrafo acima sobre a temática –, o tracklist conta com maiores influências da música celta, além de uma busca pela manifestação de forma mais poética na forma de Anderson cantar. Não chega a ser uma guinada radical em comparação ao anterior, mas acrescenta alguns elementos bastante peculiares. Mesmo assim, “The Zealot Gene” pode servir como boa referência como ponto de partida para o que o ouvinte deve se preparar para escutar.

Entre os destaques individuais, “Allfather” brilha, com uma melodia marcante e mostrando a capacidade de ser inventivo em uma faixa com menos de três minutos de duração. Conhecida antes mesmo do lançamento do álbum, “Hammer on Hammer” mostra a fonte em que muitas bandas que misturam o prog com metal extremo beberam parte de sua fórmula – sensação que se amplia na seguinte, “Wolf Unchained”, com seus bons riffs. Já “The Navigator” traz um momento do guitarrista Joe Parrish-James em seu primeiro trabalho completo com a banda.

“RökFlöte” talvez não seja o ideal para iniciantes na obra do Jethro Tull. Já para os adeptos de longa data, é um presente e tanto, candidato a figurar nas playlists por um bom tempo. E com mais de meio século de carreira, Ian Anderson segue disposto a ser criativo como poucos de sua geração. O que, por si só, já é um mérito e tanto.

Ouça “RökFlöte” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Jethro Tull – “RökFlöte”

  1. Voluspo
  2. Ginnungagap
  3. Allfather
  4. The Feathered Consort
  5. Hammer On Hammer
  6. Wolf Unchained
  7. The Perfect One
  8. Trickster (And The Mistletoe)
  9. Cornucopia
  10. The Navigators
  11. Guardian’s Watch
  12. Ithavoll

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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