Por que Morgan Freeman considera o termo “afro-americano” um insulto

Lendário ator também afirmou que não gosta do chamado "Mês da História Negra" e explicou suas razões para tal

Morgan Freeman revelou considerar que um “insulto” o uso do termo “afro-americano”, muito comum nos Estados Unidos. O motivo foi explicado pelo lendário ator.

O assunto foi abordado em entrevista para a revista Sunday Time’s Culture (via Farout). O artista também revelou que também não gosta do chamado “Mês da História Negra” (“Black History Month”, celebrado em território americano).

“Existem duas coisas que posso dizer publicamente que não gosto. Mês da História Negra é um insulto. Você vai relegar minha história a um mês? Além disso, ‘afro-americano’ é um insulto. Eu não aceito este título. As pessoas pretas sempre tiveram títulos diferentes, desde o uso da palavra começada em N (‘nigger’, considerado um termo racista e pejorativo em inglês). Não sei como essas coisas pegaram, mas todos usam ‘afro-americano’. O que isso realmente significa? A maior parte das pessoas pretas nesta parte do mundo são mestiças. E você fala como se a África fosse um país quando ela é um continente, como a Europa.”

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A revista ainda citou um ponto dito por Freeman para defender a ideia mencionada no final da fala. O ator lembrou que descendentes de italianos e irlandeses são mencionados nos Estados Unidos como ítalo-americanos e irlandeses-americanos, respectivamente, e não “euro-americanos”.

Morgan Freeman defende representatividade no cinema

Na mesma entrevista, Morgan Freeman também falou da importância da representatividade no cinema nos dias atuais.

“Quando estava crescendo não existia ‘eu’ nos cinemas. Se existisse um homem preto em um filme, ele era divertido. Até o Sidney Poitier aparecer e dar aos jovens, como eu, a ideia de que ‘Ok, sim, eu posso fazer isso’. E a mudança envolve todas as pessoas agora. Todas. LGBTQIAP+, asiáticos, pretos, brancos, casamentos interraciais, relacionamentos interraciais. Todos estamos representados. Ver todos representados na tela foi um grande salto (que demos).”

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Posicionamento controverso – e repensado

Em 2005, Morgan Freeman concedeu uma entrevista ao programa “60 Minutes” que até hoje repercute nas redes sociais. Na ocasião, ele declarou considerar “ridículo” o Mês da História Negra.

No Brasil, a reflexão sobre o valor e a contribuição da comunidade negra é feita no Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. Sempre nesta data, volta a ser compartilhado um vídeo com um fragmento da entrevista onde Freeman diz achar “ridículo” ahver um feriado ou um mês para a Consciência Negra.

“[Para resolver o problema do racismo] Pare de falar sobre isso. Vou parar de chamá-lo de branco. E vou pedir que pare de me chamar de negro. Eu conheço você como Mike Wallace (nome do entrevistador). Você me conhece como Morgan Freeman. Você não vai dizer: ‘eu conheço um cara branco chamado Mike Wallace’.”

Nesta mesma ocasião, o ator ainda declarou:

“O dia em que deixarmos de nos preocupar com consciência branca, negra ou amarela e nos preocuparmos com consciência humana, o racismo deixará de existir.”

Em entrevistas posteriores, Freeman deixou claro ter repensado seu posicionamento. Em 2020, por exemplo, ele aderiu à causa Black Lives Matter e passou a compartilhar relatos de internautas que sofreram racismo em diferentes situações.

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Augusto Ikeda
Augusto Ikedahttp://www.igormiranda.com.br
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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