Pink Floyd definiu conceito de “Dark Side” em grupo, diz Nick Mason

Baterista refuta ideia declarada por Roger Waters, compositor das letras, de que álbum teria sido criado individualmente

Lançado em 1973, “The Dark Side of the Moon” vendeu milhões de milhões de cópias ao redor do mundo e consagrou o Pink Floyd em definitivo. Uma das características marcantes do trabalho é o conceito das letras, que busca explorar a vida, a morte e o que existe entre as duas coisas.

E de acordo com Nick Mason, toda essa temática foi definida em grupo. Em entrevista ao jornal britânico The Sun, o baterista explicou que, por mais que o baixista e vocalista Roger Waters tenha composto todas as letras, a banda promoveu uma reunião anteriormente para decidir em conjunto quais assuntos as faixas abordariam. Ele detalha:

“Eu acho que Roger vê o álbum como um ponto em que ele começou a fazer suas próprias coisas. Mas ele admitiria que era um projeto em grupo. Eu não quero que pareça que estou nos dando atribuições extras, mas aconteceu uma reunião da banda em que foi decidido abordar esses assuntos nas letras. Não queríamos fazer letras tipo ‘vou ter você, amor’, que era o que quase todo mundo estava fazendo. Então Roger escreveu as letras depois que concordamos sobre isso.”

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Mason reconhece a profundidade das canções e credita justamente o antigo colega de banda por isso:

“É extraordinário que Roger tenha composto letras que eram muito relevantes para uma pessoa de 60 anos tanto quanto eram para ele quando tinha 29 anos.”

Roger Waters não pensa assim 

Roger Waters tem uma visão oposta à de Nick Mason. Por ter composto todas as letras, o baixista e vocalista se considera o autor do conceito de “The Dark Side of The Moon” – assim, decidiu recentemente regravar o álbum sem a participação dos ex-companheiros de grupo. 

Conversando com o The Telegraph sobre a regravação, o artista descreveu o disco clássico como um projeto próprio.

“Eu escrevi ‘The Dark Side of the Moon’. Vamos nos livrar desse negócio de ‘nós’. Claro que nós éramos uma banda, tinham quatro de nós, todos contribuímos – mas é meu projeto e fui eu que escrevi.”

Ainda não há uma data oficial de lançamento para a releitura, mas a ideia é que saia em maio. O jornalista Tristram Fane Saunders, do veículo citado, teve acesso ao material e explicou que a grande mudança são partes de spoken word por cima das faixas instrumentais, com Roger Waters declamando poemas. “Money” também ganhou uma versão com influência country. Já “Breathe” foi reimaginada com um groove mais lento.

Mason também pôde ouvir o trabalho em primeira mão. Como contou para o The Sun, ele recebeu uma cópia e ficou satisfeito com o resultado final.

“Tem circulado muitos rumores sobre isso, sugerindo que Roger destruiu a versão original. Eu só ouvi uma vez, mas eu imediatamente me conectei, acho que é um ótimo complemento para o que fizemos há 50 anos. É simplesmente fantástico, não estragou nada. Há pequenos desenvolvimentos nas letras, que fazem todo o sentido para mim. Eu amo a ideia de um trabalho sendo reformulado.” 

Pink Floyd e “The Dark Side of the Moon”

Oitavo álbum de estúdio do Pink Floyd, “The Dark Side of the Moon” foi lançado no dia 1º de março de 1973. Desde então, teve mais de 45 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. As músicas “Money” e “Us and Them” saíram como singles à época da divulgação do disco.

Foi o primeiro trabalho da banda a ter todas as letras compostas pelo baixista e vocalista Roger Waters. O conceito busca oferecer uma jornada filosófica a respeito da vida, da morte e de tudo o que existe entre as duas coisas. Um artigo que explica a ideia por trás das composições pode ser conferido clicando aqui.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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