Quem acompanhou a passagem do The Joe Perry Project pelo Brasil ano passado – cobrimos tanto o show em Porto Alegre quanto o de São Paulo – pôde reparar como Joe Perry se comporta de forma mais espontânea com sua própria banda em comparação ao Aerosmith. Sem a estrela ofuscante de Steven Tyler por perto, o guitarrista se permite alçar voos mais livres e até mesmo experimentar de forma que o sucesso impede seu grupo original.
Cinco anos após o lançamento do álbum “Sweetzerland Manifesto”, o músico reaparece com um trabalho que é, basicamente, sua continuação. “MKII” traz seis composições inéditas, além de quatro versões retrabalhadas para faixas que já haviam entrado no antecessor. A sonoridade se vale dos caminhos do hard/classic rock com pegada blueseira. Não é tão diferente do que consagrou o protagonista, mas claramente possui um lado menos pop, especialmente em comparação às décadas mais recentes.
E se Steven não se faz presente, Perry compensa com a presença de dois contemporâneos – David Johansson (New York Dolls) e Robin Zander (Cheap Trick) – além de outra dupla que certamente foi influenciada pelo parceiro e desafeto – Chris Robinson (The Black Crowes) e Gary Cherone (Extreme, que vem acompanhando Joe ao vivo já há certo tempo), ambos novidades em comparação ao outro registro. Também há espaço para o veterano britânico Terry Reid (The Jaywalkers) desfilar sua classe aos 73 anos de idade.
A abertura com “Fortunate One” traz não apenas Robinson como Robert DeLeo, baixista do Stone Temple Pilots. É um hard rock vigoroso com slide guitar e piano, na linha do que consagrou o músico nos anos 1970. A vibração Aerosmithiana se mantém em “Quake”, com Cherone justificando o motivo de ter sido escolhido para representar o legado nos palcos.
Outros destaques vão para o próprio Perry assumindo a cantoria na funkeada “Time Will Tell” e Robin Zander manifestando a dramaticidade a la Alice Cooper (outro colega de Joe, dessa vez no Hollywood Vampires) em “Suck It Up” – outra com DeLeo no baixo. As músicas já conhecidas, no fim das contas, poderiam ter aberto caminho para mais inéditas. Apesar de boas, não havia a necessidade de inclui-las, no final das contas.
O Aerosmith promete encerrar atividades ano que vem – e pela idade e problemas de saúde dos envolvidos, não convém mais duvidar com a mesma intensidade de alguns anos atrás. Caso realmente aconteça, Joe Perry ainda tem muito a oferecer com os amigos que costuma reunir tanto em estúdio quanto ao vivo
Ouça “Sweetzerland Manifesto MKII” a seguir, via Spotify.
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Joe Perry – “Sweetzerland Manifesto MKII”
- Fortunate One (feat. Chris Robinson from The Black Crowes & Robert DeLeo from Stone Temple Pilots)
- Quake (feat. Gary Cherone from Extreme)
- I’ll Do Happiness (feat. Terry Reid)
- Aye Aye Aye (feat. Robin Zander from Cheap Trick)
- Man With a Golden Arm (instrumental)
- Time Will Tell
- I Wanna Roll (feat. David Johanson from New York Dolls)
- Suck It Up (feat. Robin Zander from Cheap Trick & Robert DeLeo from Stone Temple Pilots)
- Goes His Own Way (feat. Terry Reid)
- Won’t Let Me Go (feat. Terry Reid)
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