Durante recente aparição no The Howard Stern Show, programa do consagrado apresentador, veiculado no sistema de rádio pago SiriusXM, Jon Bon Jovi foi questionado sobre qual consideraria o melhor guitarrista de todos os tempos. A escolha recaiu sobre um nome recentemente falecido.
Jeff Beck trabalhou com o frontman do Bon Jovi em “Blaze of Glory” (1990), álbum solo do vocalista e trilha do filme “Young Guns II” – “Jovens Demais Para Morrer”, em mais uma icônica adaptação brazuca.
“Poderia ser Jimi Hendrix, Eddie Van Halen, Prince… Mas eu estive no estúdio com Jeff Beck quando ele tirou uma guitarra de uma caixa de papelão com um amplificador alugado, sem pedais e criou aquele som do álbum ‘Young Guns’. Eu fiquei sentado lá, estupefato, porque Jeff fazia coisas com os dedos, usava o polegar de um modo que iria te surpreender.”
Jon Bon Jovi e “Blaze of Glory”
Além de Jeff Beck, “Blaze of Glory” contou com participações de nomes como Elton John, Little Richard (foto), Randy Jackson, Robbin Crosby (Ratt), Kenny Aronoff e Aldo Nova, entre outros.
As letras abordam temas como redenção e arrependimentos. Em entrevistas posteriores, Jon declarou que, além do personagem Billy The Kid, as canções falavam sobre como o próprio se sentia após ter alcançado o sucesso que almejava nos anos posteriores.
O disco chegou ao 3º lugar na Billboard 200, vendendo mais de 3 milhões de cópias. A faixa-título ganhou o Globo de Ouro, além de ter sido indicada ao Oscar e Grammy.
Sobre Jeff Beck
Nascido em 24 de junho de 1944, em Wallington, Surrey, na Inglaterra, Geoffrey Arnold Beck envolveu-se com a música inicialmente cantando em um coral de igreja. Ao conhecer o trabalho de outro revolucionário da guitarra, Les Paul, ficou impressionado e se apaixonou pelo instrumento. Porém, só começou a tocar mesmo na adolescência.
No início da vida adulta, transitou por uma série de bandas em Londres. Em 1965 juntou-se ao Yardbirds na vaga deixada por Eric Clapton. Ficou apenas um ano, período em que a banda lançou seus maiores hits. A passagem acabou mal, já que ele foi demitido por constantemente não aparecer para os shows.
Em 1967, foi a vez de arriscar-se como dono de banda: o Jeff Beck Group, com Rod Stewart nos vocais, Ronnie Wood no baixo e Micky Waller na bateria. Os primeiros álbuns do projeto, “Truth” (1968) e “Beck-Ola” (1969), são citados como fundamentais para o desenvolvimento do heavy metal. Foi considerado para substituir Syd Barrett no Pink Floyd, mas ninguém na banda teve coragem de convidá-lo.
Com o fim da formação inicial de seu próprio grupo, montou o Beck, Bogert & Appice e seguiu trabalhando em carreira solo, além de uma nova configuração do Jeff Beck Group. Explorou não apenas as já conhecidas influências do blues e rock, como também da soul music, incluindo colaborações com Stevie Wonder.
Na década de 1980, Beck restringiu seu trabalho a apenas algumas aparições em shows beneficentes. Retornou de vez com o álbum “Flash” e também se reuniu com Rod Stewart. A partir dos anos 1990, reduziu o ritmo de sua carreira, com idas e vindas e longos hiatos entre seus álbuns. Entre suas colaborações nas décadas de 1980 e 1990, estão registros com Mick Jagger, Jon Bon Jovi, Buddy Guy, Tina Turner, Seal, Duff McKagan, Brian May e ZZ Top.
Seu último trabalho completo foi “18”, uma colaboração com o ator e também músico Johnny Depp. Saiu em julho do ano passado e reuniu majoritariamente covers de artistas como Beach Boys, Marvin Gaye e The Velvet Underground. Participou também de “Patient Number 9”, álbum solo mais recente de Ozzy Osbourne, gravando guitarra em duas músicas: a faixa-título e “A Thousand Shades”. Em janeiro último, ele faleceu aos 78 anos de idade após contrair meningite bacteriana.
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Jeff Beck era o cara que o Pink Floyd queria de guitarrista antes da chegada do Gilmour.
Mas, o destino fez tão certo que, o David Gilmour criou solos imortais.