O Kaiser Chiefs é um sobrevivente. Enquanto vários outros nomes da explosão indie dos anos 2000 se separaram ou desapareceram para o ostracismo, o grupo de Leeds continua firme e forte, tendo lançado seu single mais recente, “Jealousy”, no último mês de abril.
A canção é a segunda divulgada de um eventual novo álbum – a primeira, “How 2 Dance”, foi produzida em parceria com Nile Rodgers. Em entrevista ao site IgorMiranda.com.br, o baixista Simon Rix explicou como como os singles podem sinalizar o que vem por aí:
“Acho que o álbum que estamos gradualmente terminando tem um som meio único, tem muitas coisas diferentes, em virtude, acho, do tempo que está levando para fazer. Por causa da Covid e de Nile. Acho que a produção de Amir [Amor, do Rudimental, que está produzindo o grupo] é o que amarra tudo, mas acho que ‘Jealousy’ não é no molde disco, como dá para escutar. O que ‘How 2 Dance’ inspirou acho que foi como ‘Jealousy’ soa moderna, é bem pop, e é nisso que as duas canções se assemelham.”
Sobre “Jealousy” em si, Rix demonstra empolgação e a compara aos hits do começo da carreira.
“De certa maneira, soa como Kaiser Chiefs das antigas. Tipo ‘Everything is Average Nowadays’. Mais punk, dois acordes. Quando a gente tocar ao vivo, deve ficar mais pesada, mais distorcida. Eu gosto da gaguejada, meio Elvis Costello, tipo o que nossas influências eram na época de ‘Employment’. É uma mistura legal do muito novo de ‘How 2 Dance’ e o clássico. E é por isso acho que a escolhemos como single.
“Employment” e o status de clássico
O álbum citado por Simon Rix, “Employment”, completa 20 anos de lançamento em 2025. Uma das principais obras indie de sua época, com os singles “Oh My God”, “I Predict A Riot” e “Everyday I Love You Less and Less”, o álbum estabeleceu a banda como um dos maiores nomes do rock inglês dos anos 2000.
Sobre o status de clássico do gênero atribuído a “Employment” e a carreira trilhada pela banda, Rix admitiu que a realidade lhe pegou de surpresa.
“Acho engraçado, porque foi algo que chegou meio sorrateiramente pro Kaisers. Havia outras bandas que tiveram um momento, seja em 2005, 2008 ou 2010, se separaram, com cada integrante indo fazer suas coisas, e voltaram. E quando retornaram, elas foram… qual a palavra? Elas voltam ao material antigo. Elas revisitam. Mas a gente nunca fez isso. A gente sempre olhou pra frente, mas agora que tá chegando em 20 anos, até pra gente está começando a cair a ficha de quanto tempo faz.”
O baixista usa de exemplo o trabalho que faz de mentoria para jovens músicos. Os principais singles do Kaiser Chiefs são vistos pela geração hoje com 19 a 21 anos como algo velho, mas mesmo assim, sempre existiram para essa garotada.
“Isso me fez perceber que elas agora fazem parte da cultura, especialmente no Reino Unido – ‘I Predict A Riot’ e ‘Ruby’ são canções que todo mundo conhece – e de certa maneira isso me faz pensar que não são mais nossas músicas. É que nem rádios de sucessos de outras décadas, que nem eu ouvia coisas dos anos 1960 a 1980 quando criança. Nessa idade, você não pensa nos artistas tocando. E eu percebo que a gente compôs algumas dessas músicas.”
O próximo álbum do Kaiser Chiefs
Quanto ao novo álbum do Kaiser Chiefs, Simon Rix diz que todas as músicas estão compostas. É uma questão de todo mundo se juntar – incluindo o produtor Amir Amor – para fazer os estágios finais de gravação.
O baixista também comentou que o empecilho para estabelecer qualquer data de lançamento por enquanto é logístico. A banda quer disponibilizar o álbum em vinil, mas problemas na cadeia produtiva do formato estão criando dificuldades para artistas com vontade de fabricar LPs.
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