O rock exerceu muita influência no trabalho e no gosto musical de Lulu Santos, como o próprio já declarou. Mas, independentemente disso, o cantor tem uma série de ressalvas quanto ao gênero.
Durante entrevista ao programa “Fim de Expediente” da Rádio CBN (transcrita pelo Whiplash), o artista introduziu suas opiniões ao mencionar a faixa “Assim Caminha a Humanidade”, presente no disco de mesmo nome, lançado em 1994. Ele a descreveu como “um paradigma da necessidade de ser rock” e explicou o raciocínio, comparando o rock a uma prisão.
Em suas palavras, o gênero tem uma predominância excessiva de homens brancos e exclui outros grupos, fato que o incomoda. Para Lulu, quanto mais pesada a vertente, mais aparente fica essa estrutura.
“Eu gosto de rock, eu tenho elementos de rock na minha formação, eu sou uma criatura da década de sessenta, então eu passei pelos sessenta, setenta, oitenta… mas às vezes eu sentia que o rock era uma prisão, o rock é muito excludente, muito masculino, muito branco, muito camisa preta, quanto mais pesado, vai ficando mais.”
O cantor finalizou ressaltando o seu amor pelo R&B e pelo blues, adquirido por meio dos Rolling Stones:
“Sempre gostei muito de R&B, blues, de fato, nem que esses caras tenham sido apresentados pelos Rolling Stones da vida.”
Assista ao bate-papo completo abaixo.
Lulu Santos sobre a “morte” do rock
Segundo Lulu Santos, o rock está longe de morrer. Conversando com o programa “Mais Você” em 2013, o cantor afirmou que o cerne do gênero continua existindo de diferentes maneiras:
“O rock não morreu, ele sobrevive em todas as outras linguagens. Não tem uma música do sertanejo universitário que não inclua uma guitarra elétrica, um solo. É só fazer um Rock in Rio para juntar 100 mil pessoas urrando a música da Legião Urbana ou Paralamas do Sucesso para ver que essa história de ‘o rock morreu’ é só mais uma coisa para se dizer.”
E ele tem o seu cantor favorito da cena. No fim de 2021, após colaborar com a banda Fresno na canção “Já Faz Tanto Tempo”, presente no álbum do grupo “Vou Ter Que Me Virar” (2021), Lulu rasgou elogios ao vocalista Lucas Silveira no Instagram:
“Lucas é o melhor, mais apto cantor que o rock and roll brazuca produziu, além de ser um guerreiro e um vencedor.”
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