Paul Walker não era exatamente um ator conhecido até passar a estrelar os filmes da franquia “Velozes e Furiosos”. Ele começou cedo, ainda criança, quando apareceu em comerciais aos 2 anos de idade e com papéis pequenos no cinema durante a infância e a adolescência. No entanto, a fama verdadeira veio, ironicamente, com os mesmos elementos que tiraram sua vida: os carros de alta performance.
Do primeiro “Velozes e Furiosos” até o sétimo filme da franquia, lançado em 2015, Walker interpretou Brian O’Conner, um policial que começa a história infiltrado em um grupo que realiza corridas de rua ilegais. No final do arco do personagem, ele já estava diretamente envolvido com o circuito de “rachas”, como o melhor amigo de Dominic Toretto (Vin Diesel), o protagonista da saga.
O sucesso foi tanto que em muitos momentos era difícil separar Paul Walker de Brian O’Conner. Ator e personagem compartilhavam o amor pela velocidade e carros de alta performance, quase sempre modificados para ganharem ainda mais potência.
E foi dentro de um desses carros que Walker, então com 40 anos de idade, encontrou seu fim de forma violenta e inesperada.
O acidente que matou Paul Walker
Em 30 de novembro de 2013, Paul Walker participou de um evento de caridade para arrecadar fundos na ajuda aos atingidos pelo tufão Haiyan, nas Filipinas. A festa aconteceu na loja de carros de seu amigo e sócio Roger Rodas, especializada em modelos e marcas de luxo. Passava das 15h30 quando Rodas deixou o local em seu Porsche Carrera GT, de 2005, tendo Walker como passageiro.
A dupla saiu pelas ruas do bairro de Valencia, em Santa Clarita, Califórnia, Estados Unidos, e ainda estavam próximos do local do evento quando o motorista perdeu o controle. De acordo com relatos de testemunhas e o relatório oficial do acidente, o Porsche atingiu o meio-fio, bateu em um poste de luz e em algumas árvores e rodopiou até atingir uma última árvore. Todo o percurso durou cerca de 1 minuto e então o veículo explodiu em chamas, o que inviabilizou o resgate de Walker e Rodas pelas pessoas em volta.
A perícia concluiu que não havia resquícios de álcool ou drogas nos corpos, que foram carbonizados e reconhecidos pela arcada dentária. Apesar disso, foi notado que o Porsche estava a uma velocidade entre 130 e 150 km/h quando bateu, enquanto a velocidade máxima permitida naquele trecho da rua era de 72 km/h. Ironicamente, o local, na Hercules Street, é um conhecido ponto de corridas de rua ilegais.
Comoção, processos e legado
A morte de Walker causou grande comoção nos fãs e em Hollywood. Na época, “Velozes e Furiosos 6” havia acabado de ser lançado e fazia sucesso, enquanto o sétimo filme ainda estava sendo gravado.
As gravações foram interrompidas por tempo indeterminado e o longa só saiu em 2015, dois anos depois da morte do ator. Caleb e Cody Walker, irmãos de Paul, ajudaram a finalizar algumas cenas, devido à grande semelhança física. Na obra, Brian O’Conner se retira das corridas e passa a viver uma vida tranquila com a família, encerrando a história do personagem na franquia.
Enquanto isso, a família de Walker, ainda de luto, entrou com alguns processos criminais na intenção de fazer alguma justiça pela perda do ator. Em dezembro de 2014, o pai de Paul pediu uma indenização aos administradores dos bens de Roger Rodas. Ele exigiu dividendos por conta de negócios que o falecido empresário tinha junto ao filho.
Já em 2015, a filha do ator processou a Porsche, alegando que o modelo Carrera GT, no qual seu pai estava quando morreu, tinha diversos problemas de segurança. A fabricante conseguiu provar que o veículo atendia a todos os requisitos de segurança, como os airbags que foram acionados de forma correta.
Nessa nova análise, estabeleceu-se que a razão do acidente foi a alta velocidade do carro conduzido por Rodas. Ainda assim, um acordo extrajudicial foi feito entre a Porsche e a família Walker.
“Velozes e Furiosos 7” marcou a última aparição de Paul Walker no cinema, mas não foi seu único lançamento póstumo. Ainda em 2013, saiu o suspense “Horas”, no qual também assinou como produtor executivo. No ano seguinte, foi a vez de “13º Distrito” (2014).
Em 2018, foi disponibilizado o documentário “I Am Paul Walker”, sobre a vida e trajetória do ator. A família esteve diretamente envolvida na produção.
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