A essa altura, dificilmente alguém realmente interessado na carreira de David Ellefson não está devidamente inteirado com os motivos que levaram ao fim de sua segunda passagem do Megadeth. Acusações contra o músico não se confirmaram, mas todo mundo há de concordar que foi uma situação de extremo mau gosto – e sim, o fato de ele exaltar sua verve religiosa conta muito, já que contradiz discurso e prática de forma implacável.
O fato é que, após a saída do integrante do Big Four, o instrumentista intensificou a ideia de participar de vários projetos. Além do já existente grupo com seu sobrenome, criou o Ellefson-Soto em parceria com o vocalista Jeff Scott Soto, investindo no heavy metal tradicional. Também entrou no The Lucid, com sonoridade mais voltada ao rock convencional.
No Dieth, David explora uma pegada mais extrema de tudo que já fez. A parceria com o guitarrista/vocalista brasileiro Guilherme Miranda (Krow e ex-Entombed A.D.) e o baterista polonês Michał Łysejko (ex-Decapitated) explora uma pegada na linha dos subgêneros metálicos mais extremos, como pode ser observado em “To Hell and Back”, primeiro fruto do projeto.
De cara, é preciso deixar claro que os fãs do Megadeth poderão encontrar algumas similaridades em riffs, solos e passagens muito específicas. Porém, a abordagem é bem mais pesada. Embora não seja um disco simplesmente death metal, é nesse subgênero que a maior parte das ideias se concentra. Também há espaço para passagens mais groovadas e até mesmo alguns toques experimentais.
Destaques individuais podem começar pela arrasadora faixa-título, que abre o tracklist em um grande esforço coletivo, onde se sobressai o soberbo solo de Guilherme – o “craque do jogo” na audição, se mostrando um músico diferenciado. “Wicked Disdain” é outro momento espetacular, remetendo a Morbid Angel, enquanto “Dead Inside” e “The Mark of Cain” também são dignas de citações.
O ponto baixo acaba sendo justamente na música em que Ellefson assume os vocais. “Walk With Me Forever” tenta emplacar como uma balada soturna, mas não convence. Vale pela curiosidade e olhe lá.
Em linhas gerais, o Dieth deixa uma boa primeira impressão em “To Hell and Back”. E muito mais pelas figuras menos conhecidas do que pela grande estrela da companhia. Quando o trio foca nos aspectos mais pesados rende em seu esplendor.
Ouça “To Hell and Back” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.
O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!
Dieth – “To Hell and Back”
1. To Hell and Back
2. Don’t Get Mad… Get Even!
3. Wicked Disdain
4. Free Us All
5. Heavy is the Crown
6. Walk With Me Forever
7. Dead Inside
8. The Mark of Cain
9. In The Hall of the Hanging Serpents
10. Severance
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