99,9999% das pessoas que conhecem o Extreme chegaram até o grupo por conta de “More Than Words”. A maioria esmagadora, inclusive, ficou nela e sequer sabe qual a banda tocando aquela baladinha de voz e violão.
Não há nada de errado nisso, cada um faz o que bem entender da própria vida. Porém, o fato é que quem o faz deixa de conhecer uma banda para lá de criativa.
Nem sempre eles acertaram no alvo, é verdade. Mas quando o fizeram, momentos dignos de reconhecimento se criaram. É o caso de “Six”, trabalho que rompe um hiato de 15 anos sem material inédito do quarteto.
O álbum já havia gerado um buzz online após a divulgação do primeiro single, “Rise”. A faixa de abertura vem sendo exaltada pelo fantástico solo de guitarra de Nuno Bettencourt. Mas ela vai além, com um peso acima da média para o grupo, além de uma melodia marcante.
O trabalho coletivo se destaca em “#Rebel”, com o baixista Pat Badger e o baterista Kevin Figueiredo segurando o ritmo com total consistência. Os riffs de “Banshee” levam o ouvinte a uma viagem classic rock, enquanto “Other Side of the Rainbow” ocupa o lugar do hit radiofônico – que não se concretizará, já que os tempos são outros. Mesmo assim, ela é digna de várias escutadas, já que o resultado é delicioso.
O clima segue suave com “Small Town Beautiful” e seu arranjo guiado por um bonito violão, além do jogo de vozes entre Gary Cherone e Nuno. O português assume o microfone principal em “The Mask”, com intervenções do titular da função, gerando um dos momentos mais próximo de seus primórdios. Já “Thicker Than Blood” possui uma abordagem que explicita o lado mais experimental, com uso de elementos eletrônicos. Pode até dar um susto em alguém desavisado.
O peso moderado de “Save Me” passa sem maiores efeitos e abre espaço para outra passagem de Bettencourt e Cherone alternando a cantoria na suave “Hurricane”, que tem até certa influência de Beatles em sua estrutura. “X Out” retoma os experimentos eletrônicos, mas consegue ser mais dinâmica e variada, com Gary mostrando toda sua versatilidade em uma das melhores exibições de toda a carreira – não, não é exagero, preste atenção e comprovará.
Quando “Beautiful Girls” começa, você chega a pensar que alguém mudou o álbum sem prévio aviso. O clima praieiro, meio latino meio reggae toma conta. Quem acompanha a discografia do grupo, sabe que eles sempre gostaram de colocar algum registro mais “brincalhão”. Depois de um tempo acostuma, especialmente por testemunharmos o David Lee Roth que há dentro de Gary – algo que ele não teve a chance de mostrar no próprio Van Halen. “Here’s to the Losers” fecha o repertório como um discurso de coaching ao contrário – o que é muito melhor, convenhamos.
O destaque individual dado para Nuno desde o lançamento de “Rise” é justificável durante toda a audição do play. O português é, definitivamente, um dos melhores no que faz. E não apenas de sua geração.
Porém, isso acaba criando uma injustiça indireta para com o restante dos membros, que também oferecem grandes performances durante todo o tracklist. É raro uma banda com longo tempo de estrada produzir um de seus melhores trabalhos a essa altura da carreira, mas o Extreme conseguiu em “Six”.
Ouça “Six” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.
O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!
Extreme – “Six”
- Rise
- #Rebel
- Banshee
- Other Side of the Rainbow
- Small Town Beautiful
- The Mask
- Thicker Than Blood
- Save Me
- Hurricane
- X Out
- Beautiful Girls
- Here’s to the Losers
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Facebook | YouTube.