A carreira de Jenny Lewis passou por diversas fases. Uma estrela infantil bem-sucedida no cinema e TV, ela mudou para a música e se tornou queridinha indie como líder do Rilo Kiley no início dos anos 2000, para depois embarcar numa carreira solo premiada.
Uma de suas características mais distintas como compositora é o olho apurado para detalhes e construir narrativas em torno dos erros cometidos por qualquer adulto em nome de combater a solidão. Seja embarcar em relacionamentos ruins, traições ou até consumo de substâncias ilícitas – em nome de uma busca espiritual ou simples fuga da realidade.
Em “Joy’All”, Lewis evoca vários nomes da música californiana dos anos 70, desde Fleetwood Mac e Linda Ronstadt até estrelas country como Emmylou Harris. Suas canções fluem de maneira fácil, com melodias ensolaradas enquanto as letras ocupam as sombras.
A diferença principal do novo disco para os trabalhos anteriores parece ser como as canções tem uma atmosfera mais sensual, como uma performance intimista num bar. Isso pode ser devido a uma mudança de ares.
Enquanto seus dois álbuns anteriores – “The Voyager” (2014) e “On The Line” (2019) – foram gravados em Los Angeles, dessa vez Lewis trabalhou com o produtor Dave Cobb, famoso por álbuns com Chris Stapleton, Sturgill Simpson, Brandi Carlile e Jason Isbell.
Lewis a todo momento parece dialogar com o ouvinte em “Joy’All”. Desde quando puxa conversa na abertura, “Psycho”, ao contar sobre mudanças de vida em “Puppy and a Truck”, falar sobre ex-amantes em “Apples and Oranges” e flertando na melhor faixa, “Giddy Up”, que tem contornos quase de R&B.
Ao fim dos 32 minutos de “Joy’All”, a sensação que fica é a mesma de conhecer alguém interessante: aquela vontade de explorar mais, conversar mais.
Ouça “Joy’All” a seguir, via Spotify.
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