O King Gizzard & the Lizard Wizard construiu até aqui uma carreira marcada por uma ética de trabalho alucinada – 24 álbuns em 11 anos – e uma exploração sonora incansável. Não existe gênero que não tenha sido explorado ou esteja nos planos do grupo.
E para o primeiro lançamento dos australianos em 2023, eles decidiram fazer um disco de metal. Ou melhor, uma versão metalizada do som deles. A realidade sobre o King Gizzard é que eles sempre soam como King Gizzard.
Em (respira fundo) “PetroDragonic Apocalypse; or, Dawn of Eternal Night: An Annihilation of Planet Earth and the Beginning of Merciless Damnation”, o grupo faz uma mistura de power e thrash metal que, apesar de não soar exatamente como nenhum dos dois, ainda assim se mostra extremamente divertido.
Um fã de heavy metal pode torcer o nariz para a sonoridade do disco, mas duvido ficar entediado ao ouvir músicas como “Supercell”. Pode não ser tr00, mas a intenção e admiração deles pelo metal claramente é verdadeira.
Em termos de conteúdo lírico, Stu Mackenzie e cia exploram clichês do gênero ao cantarem sobre fantasia, ficção científica e criaturas reptilianas. Nada inovador, mas também letras não são o atrativo do King Gizzard. O cartão de visitas da banda de Melbourne é a capacidade deles sustentarem um groove por longos períodos de tempo sem ficar chato.
Isso é imprescindível para o metal – e acaba sendo o principal ponto positivo do disco. Como sempre, os grooves são incríveis, e eles incorporam as mudanças de tempo súbitas do estilo com maestria.
Apesar de (respira fundo de novo) “PetroDragonic Apocalypse; or, Dawn of Eternal Night: An Annihilation of Planet Earth and the Beginning of Merciless Damnation” ser evidentemente apenas uma brincadeira de gênero, o King Gizzard se mostra mais uma vez que até quando brincam, é com seriedade.
Ouça “PetroDragonic Apocalypse; or, Dawn of Eternal Night: An Annihilation of Planet Earth and the Beginning of Merciless Damnation” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.
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