“30” celebra três décadas de Pato Fu entre afetos e desabafos

Em 12º álbum de estúdio, grupo mais underground do mainstream brasileiro serviu experimentação e acidez em altos e baixos

Após um período de dedicação ao projeto “Música de Brinquedo”, o Pato Fu se reuniu para registrar os 30 anos de banda com um álbum de músicas inéditas. Em “30”, 12º trabalho de estúdio da carreira, os mineiros falam de relações, usam de acidez para satirizar o país, as pessoas e comportamentos.

Algo que sempre fizeram. Desde os anos 90, quando ascenderam nacionalmente com o disco “Gol de Quem?” (1995).

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A banda foi nomeada a revelação de 1996 pela MTV (com o prêmio Video Music Brasil) e seguiu acumulando hits em novelas, participações em programas de TV e apresentações memoráveis, incluindo uma no Rock in Rio 2001. O perfil de banda mais underground do mainstream e mais mainstream do underground sempre serviu bem aos mineiros, que têm a obra marcada por sua bagunça gostosa de se ouvir.

Mais uma vez liderados pelo guitarrista John Ulhoa na composição e produção, serviram em “30” experimentação e acidez em altos e baixos.

Faz tanto tempo que não vejo você…

“Fique Onde Possa Te Ver”, a primeira faixa, já dá o tom do trabalho ao fazer uma reflexão sobre os reencontros e sentimentos do pós-pandemia. É o que podemos chamar de a música mais “tradicional” do Pato Fu que encontraremos entre as nove de “30”.

E de certa forma, a gravação também é marcada por reencontros.

O primeiro, de Fernanda Takai (voz), John Ulhoa e Ricardo Koctus (baixo) somados ao tecladista Richard Neves e Xande Tamietti, baterista que deixou a banda em 2014, substituído por Glauco Nastácia, que agora retorna à casa. Dudu Marote, produtor que deu forma aos álbuns “Televisão de Cachorro” (1998), “Isopor” (1999) e “Ruído Rosa” (2001), também regressa ao time e recebe créditos pelas faixas “No Silêncio” e “Regresso”.

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“30” tem dois tipos de músicas. A primeira categoria é composta por aquelas que orbitam em torno de Fernanda e soam como uma continuação de “Será Que Você Vai Acreditar?” (2020), álbum que ela lançou no estouro da pandemia, ou até mesmo de “Toda Cura Para Todo Mal” (2005). Entre essas, “Amo Só Você” (versão para “Io Che Amo Solo Te”, do italiano Sérgio Endrigo) e o encerramento com Dias Incertos, estão entre as mais bonitas já cantadas por ela.

Já o segundo tipo é formado pelos rocks, como “A Besta” (letras do Koctus) e “Curral Mal-Assombrado” (John). Essas, mesmo com as críticas pertinentes, deixam a desejar quando o que deveria soar divertido é só um deboche sem tempero (especialmente num catálogo que tem “Uh Uh Uh, Lá Lá Lá, Ié Ié” e ‘Licitação”). Justo essas, as mais “guitarradas” do álbum.

O Pato Fu acabou de se apresentar com a Orquestra Ouro Preto, na Praça da Liberdade em Belo Horizonte. Para o futuro, eles têm datas para Porto Alegre, Brasília e São Paulo com repertório que prestigia essas 3 décadas de história e também o recente lançamento.

Ouça “30” a seguir, via Spotify.

Pato Fu – “30”

  1. Fique Onde Eu Possa Te Ver
  2. Silenciador
  3. Diga Sim
  4. No Silêncio
  5. A Besta
  6. Amo Só Você (Io Che Amo Solo Te)
  7. Regresso
  8. Curral Mal-Assombrado
  9. Dias Incertos

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Gabriel Caetano
Gabriel Caetano
Publicitário que escreve sobre arte e entretenimento. Desde 09 tô na internet falando do que gosto (e do que não gosto) para quem possa gostar (ou não) também.

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