Lars Ulrich não esconde sua admiração pelo Deep Purple. Em várias entrevistas, o baterista do Metallica contou que a banda pela qual o guitarrista Ritchie Blackmore se tornou mundialmente famoso mudou sua vida.
O assunto foi abordado novamente por ele em declaração à Classic Rock. Na ocasião, Ulrich citou os shows que lhe marcaram e destacou sua experiência em apresentações do Purple e também do Rainbow, este fundado e liderado por Blackmore.
Para Lars, a personalidade autêntica do músico é tão impressionante quanto sua habilidade na guitarra.
“Eu vi o primeiro show do Deep Purple com David Coverdale e Glenn Hughes, e o Rainbow tocou muito em Copenhague. Não era apenas a forma de tocar guitarra de Ritchie que era tão impressionante, era também sua personalidade – o Homem de Preto. Ele estava sempre dizendo o que pensava, mesmo que fosse um pouco contraditório. Ou ele estava perturbando as pessoas – ele era conhecido por ser um brincalhão.”
Ainda na visão de Ulrich, é sempre importante ter um comportamento autêntico, com elementos de imprevisibilidade, para preservar o espírito rock and roll. Nesse quesito, o baterista também destacou outras personalidades do gênero.
“Havia momentos em que ele ficava um pouco indiferente. E tem o que eu vejo como honestidade com ele mesmo. Sempre parecia que ele era fiel a qualquer humor e momento. Havia algo muito autêntico em Blackmore, e acho que sempre fui atraído pelo rock’n’roll quando tem elementos de perigo e imprevisibilidade. Isso para mim é o espírito do rock’n’roll, e ele era o cara para mim. Bon Scott, Jim Morrison, Axl Rose, os irmãos Gallagher, todos eles tinham elementos disso.”
Shows marcantes para Lars Ulrich
Ainda durante a entrevista, Lars Ulrich listou outros grandes shows que viu nas décadas de 1970 e 1980.
“Eu só penso em como tive sorte no passado, em todos os grandes shows que vi. Eu vi o Thin Lizzy várias vezes entre 1976 e 1980 – incrível. Eu vi o Motörhead várias vezes, 1979 a 1981 – insano.”
O músico relembrou com carinho e admiração uma apresentação do AC/DC com Bon Scott, destacando a performance do frontman que faleceu em 1980.
“Eu vi o AC/DC abrir para o Black Sabbath em 1976. E eu vi o AC/DC como headliner em Copenhague em 1977. Bon Scott era tão bom que você não conseguia tirar os olhos dele. Aquele era Bon em seu auge, com jeans justos, tênis e sem camisa. E eu adorava o jeito que ele segurava o microfone com o fio enrolado duas ou três vezes. E ele ficava bem na ponta do palco quando não estava cantando, ficava do lado de Malcolm e deixava Angus pular na frente dele…”
Sobre Ritchie Blackmore
Nascido em Somerset, Inglaterra, Richard Hugh Blackmore começou sua carreira de músico profissional participando de sessões com o produtor Joe Meek, além de tocar ao vivo com o The Outlaws e Screaming Lord Sutch. Gravou com nomes como Glenda Collins, Heinz e Neil Christian.
Convidado pelo baterista Chris Curtis, se juntou ao Deep Purple em 1968. Acabou se tornando um dos grandes responsáveis pelo sucesso do grupo, criando momentos memoráveis da história do rock em seus riffs e solos. Saiu em 1975, retornando em 1984 e ficando até 1993.
Ainda na metade dos anos 1970, formou o Rainbow. A proposta inicial era fundir o hard rock com influências clássicas, adotando uma pegada mais comercial com o passar dos anos. Entre idas e vindas, o grupo retornou anos atrás e segue fazendo shows esporádicos.
Desde 1997, comanda o Blackmore’s Night ao lado da esposa, Candice Night. O projeto condensa música renascentista e folk rock.
Genial e genioso, coleciona desavenças e sopapos com colegas de banda, incluindo os vocalistas Ian Gillan e David Coverdale. Recluso, não costuma comparecer a eventos, como a cerimônia do Rock and Roll Hall of Fame 2016, quando foi introduzido com o Deep Purple.
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