Sigur Rós ressurge no caos com “Átta”, documento sonoro do novo mundo

Lançado de surpresa, primeiro disco do grupo de post-rock em uma década oferece alento sem deixar de explorar e experimentar

Ilhada em meio ao Atlântico Norte, a Islândia é uma terra especial. Um paraíso literal com algumas das visões mais deslumbrantes da Terra e que já presenteou o mundo com muita gente talentosa. De lá, também vem o Sigur Rós, grupo de post-rock conduzido pelos multi-instrumentistas Jónsi Birgisson e Georg Holm que, por meio da música, tentam traduzir as paisagens islandesas em sons.

A serviço disso, criaram até uma língua sem sentido, batizada Vonlenska – que tem fins puramente melódicos. Com um novo álbum que vem à luz após momentos difíceis para o mundo e a própria banda, “Átta” encontra em seu contexto sons que favorecem uma regeneração natural provocada pelo tempo.

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Lançado sem qualquer manifestação prévia, o disco marca o retorno do Sigur Rós aos estúdios para gravar um álbum de inéditas que não aparecia desde 2013, com “Kveikur”. Durante esse tempo, muitas águas passaram por debaixo da ponte nórdica, a começar com um processo de sonegação fiscal travado na sua terra natal em razão de uma evasão fiscal equivalente a R$ 5 milhões. Foi vencido.

Houve mais um terrível problema: o baterista Orri Páll Dýrason, teve de deixar a banda carregando nas costas uma acusação de assédio feita por fã. Se os ventos nada favoráveis insistiam em soprar, o produto final ainda é belo e absorve com precisão as crises e perspectivas que se apresentam no momento.

Para “Átta”, o tecladista Kjarri Sveinsson, ausente desde 2013, retorna ao grupo. Que também reforça o time com a Orquestra Contemporânea de Londres, regida pelo maestro Robert Ames. Ainda complementado com Paul Corley, coprodutor e colaborador de longa data, o Sigur Rós faz algo que domina: fazer essa ficha técnica recheada soar como algo natural e minimalista. Intensa e expansiva, quando necessário, mas predominantemente serena.  

Há quem vá encontrar alento de cara entre os 56 minutos de álbum, mas post-rock bom é aquele que se explora. Que se experimenta em diferentes fases do dia. Um headphone, por exemplo, ajuda a ter melhor noção da dimensão arquitetada por Jónsi e companhia aqui.

Nos próximos meses, julho e agosto, o Sigur Rós embarca em turnê de 12 datas pela Europa e América do Norte. Sua passagem pelo Brasil aconteceu em 2017, quando se apresentaram no Espaço das Américas em São Paulo.

Ouça “Átta” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

Sigur Rós – “Átta”

  1. Glóð
  2. Blóðberg
  3. Skel
  4. Klettur
  5. Mór
  6. Andrá
  7. Gold
  8. Ylur
  9. Fall
  10. 8

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Gabriel Caetano
Gabriel Caetano
Publicitário que escreve sobre arte e entretenimento. Desde 09 tô na internet falando do que gosto (e do que não gosto) para quem possa gostar (ou não) também.

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