Chega a ser cômico alguém imaginar os Beatles como uma ameaça à ordem social nos tempos atuais. Quem não simpatizaria com aqueles rapazes de ternos bem alinhados, cabelos na medida certa entre o curto e o longo, cantando melodias pop nada transgressoras? Porém, um dia tudo isso já foi o equivalente a louvar Satanás e se entregar a uma vida de perdições. Brian May que o diga.
O guitarrista do Queen se apaixonou pelo Fab Four desde o lançamento do primeiro single, “Love Me Do”. Porém, foi impedido pelos pais de assistir aos rapazes de Liverpool ao vivo. Em artigo escrito no ano de 2020 para a Classic Rock, o músico recordou:
“Eu não tive permissão para assistir a um show dos Beatles quando era criança. Meus pais achavam que concertos pop eram frequentados pelo tipo errado de pessoa. Portanto, nunca pude ver o maior fenômeno do século 20 ao vivo. Mas desde o momento em que ouvi ‘Love Me Do’ no rádio, soube que esse bando de caras era mágico… que eles expressavam toda a minha alegria e anseios ocultos como um adolescente lutando para entrar no mundo dos anos 1960.”
O instrumentista tinha até o seu preferido entre os músicos.
“Paul McCartney era um gênio da melodia. George Harrison tinha um fogo espiritual. Ringo Starr era o baterista mais original de sua época. Mas John Lennon que era o coração por trás do poder coletivo. Ele mantinha a banda coesa e ultrapassava os limites rumo aos extremos da criatividade perigosa.”
O último show dos Beatles
Exceção ao lendário concerto no teto da Apple em 30 de janeiro de 1969, os Beatles foram uma atração de palcos apenas até 29 de agosto de 1966. O último show aconteceu no estádio Candlestick Park, em San Francisco, Califórnia, Estados Unidos.
O repertório executado na ocasião foi o seguinte, conforme o Setlist.fm:
- Rock and Roll Music (Chuck Berry cover)
- She’s a Woman
- If I Needed Someone
- Day Tripper
- Baby’s in Black
- I Feel Fine
- Yesterday
- I Wanna Be Your Man
- Nowhere Man
- Paperback Writer
- Long Tall Sally (Little Richard cover, seguida por um trecho de “In My Life”)
Sobre Brian May
Nascido em Hampton Hill, Inglaterra, Brian Harold May começou a carreira na banda 1984, que posteriormente se tornou o Smile.
Nos primeiros anos da década de 1970 deu início ao Queen, junto de Roger Taylor e Freddie Mercury. Após a entrada de John Deacon, o grupo construiu a uma das histórias mais bem-sucedidas do rock, com mais de 300 milhões de discos vendidos em todo o planeta.
Também possui trabalhos solo, além de projetos com Eddie Van Halen, Kerry Elis, Chris Thompson e Tangerine Dream.
Ainda participou de gravações com Black Sabbath, Paralamas do Sucesso, Meat Loaf, Hank Marvin, Foo Fighters e Five Finger Death Punch, entre outros.
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